A agência de classificação de risco Moody’s afirmou nesta terça-feira que as reformas executadas por Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha têm permitido uma melhor situação econômica, mas a solução dos problemas precisará de vários anos para dar resultados.
Em comunicado, a agência disse que “a execução de reformas estruturais pelos países periféricos da zona do euro tem permitido melhoras, mas não resolveram totalmente os desequilíbrios externos registrados nestes países antes da crise da dívida na eurozona”, afirma um comunicado da agência. “A correção está, na melhor das hipóteses, na metade, de acordo com o país, e pode demorar vários anos”, completa a Moody’s.
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Reação – Nesta terça-feira os mercados estão apostando que o Banco Central Europeu (BCE) vá intervir nas operações com títulos públicos e isso faz com que a Espanha capte dinheiro à juros menores. Em leilão, o país vendeu 4,5 bilhões de euros de títulos de 12 e 18 meses, no teto da meta de entre 3,5 e 4,5 bilhões de euros, embora a demanda tenha sido mista. O rendimento do papel mais curto caiu para 3,070 por cento ante 3,918 por cento em julho.
Em entrevista à agência Reuters, um economista do Deutsche Bank Mark Wall disse que os mercados parecem estar dando o benefício da dúvida para esse dinheiro chegando ao mercado, mas ainda falta muito a ser revelado (como e quando essa intervenção viria).
Os custos da dívida da Espanha permanecem desconfortavelmente altos porque investidores estão receosos diante das incertezas de que Madri precisará ou não pedir um resgate soberano integral. Isso iria testar os atuais fundos da União Europeia e provavelmente transferiria a maior parte da pressão do mercado à economia italiana. O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, já disse que espera posicionamento do BCE para planejar próximos passos.
A expectativa da semana gira em torno da visita da chanceler alemã, Angela Merkel, à França na quinta-feira e à Grécia na sexta, dois encontros que serão marcantes para os investidores saberem se haverá ou não intervenção por parte do BCE.
(Com agências France-Presse e Reuters)