A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vem ajudando a conter a alta da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano, apesar da pressão vinda do aumento dos preços dos alimentos, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os preços dos automóveis novos e usados voltaram a cair em setembro e, no acumulado dos nove primeiros meses de 2012, os dois itens exercem a principal contribuição negativa para o IPCA verificado no mesmo período.
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O automóvel novo saiu de uma alta de 0,34% em agosto para uma queda de 0,08% em setembro. No ano, houve um recuo de 6,45%, o equivalente a uma contribuição negativa de 0,23 ponto porcentual (p.p.) na taxa de 3,77% do IPCA no mesmo período. Como resultado do movimento da redução de IPI para veículos novos, o automóvel usado saiu de uma alta de 0,15% em agosto para queda de 1,62% em setembro, resultando em um recuo acumulado de 10,09% no ano. A contribuição resultou em -0,17 p.p. no IPCA em 2012.
“O mercado de (automóveis) usados vem sofrendo pela oferta aumentada de automóveis novos. As pessoas tendem a comprar os novos e colocam os usados no mercado. Então a tendência é desvalorizar os usados”, explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. Em setembro, as principais quedas de preços entre os produtos não alimentícios foram em TV, som e informática (-1,10%), conserto de automóvel (-0,55%) e gasolina (-0,13%).
Na quinta-feira, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro somou 282.540 unidades em setembro, o que implicou uma queda de 14,2% sobre agosto.
Ainda na quinta-feira, o governo anunciou os detalhes do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto), que prevê créditos que podem ser descontados do IPI para montadoras que investirem no Brasil.
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(Com Agência Estado)