O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter a taxa básica de juros em 6,5% na reunião que se encerra nesta quarta-feira. Essa é uma reunião importante para o mercado financeiro, pois é a última antes das eleições presidenciais de outubro. A próxima acontecerá somente depois do segundo turno eleitoral, em 30 e 31 de outubro.
Se confirmada a projeção do mercado, será a quarta vez em que o Copom mantém a Selic em 6,5% ao ano. A taxa básica de juros está neste mesmo patamar desde março, o menor da história do país.
Para André Perfeito, economista-chefe da Spinelli Corretora, não há motivos para o Copom mudar a taxa de juros neste momento. “A atividade econômica está muito fraca e os preços andam sob controle.”
No entanto, Spinelli diz que o mercado espera que o Copom comunique de uma maneira mais incisiva a necessidade de reformas e como se dará o início do processo de elevação da Selic. “O Copom já poderia encaminhar algumas questões, como saber se o processo de alta de juros vai começar mais cedo.”
Em relatório enviado para seus clientes, o Santander diz que “uma situação de stress poderia levar a autoridade monetária a promover elevações mais substanciais da taxa básica de juros ainda em 2018’.
“É importante levar em conta, no entanto, que a taxa de câmbio está perto de apresentar níveis e comportamento não mais compatíveis com uma política monetária expansionista”, afirma o banco.
Economistas ouvidos pelo Banco Central preveem que a Selic encerre o ano em 6,5% ao ano. Para 2019, a expectativa é que os juros fiquem em 8% ao ano. A projeção para 2020 subiu de 8% para 8,13% na última semana.
Como o Santander, o BTG Pactual prevê que o Copom mantenha a Selic em 6,5% ao ano. O BTG afirma que ficará atento a eventuais comunicados sobre flexibilização da taxa até o final do ano.