A empresa de consultoria KPMG se recusou a aprovar o relatório e as contas do primeiro semestre do Banco Espírito Santo (BES), publicados nesta segunda-feira. Segundo ela, o maior banco de Portugal não forneceu informações adequadas sobre sua posição financeira e pode ter prejuízos adicionais.
O BES teve um prejuízo de quase 3,6 bilhões de euros (10,54 bilhões de reais), muito impactado pela derrocada do império corporativo da família Espírito Santo. As perdas levaram o banco central português a anunciar no início de agosto um plano de resgate de 4,9 bilhões de euros (14,35 bilhões de reais) para o BES.
Segundo a auditoria, as demonstrações financeiras do banco não continham ajustes e informações adicionais exigidas no plano de resgate. Assim, concluiu que o relatório não fornece informações adequadas sobre as operações e posição financeira da instituição. A nova administração do BES, instalada pelo banco central português em julho, suspeita de operações ilegais no banco. A autoridade monetária ordenou uma auditoria forense na instituição.
A KPMG disse que as provisões feitas pelo banco para lidar com a dívida do grupo Espírito Santo vendida a seus clientes de varejo podem não são suficientes e que a instituição poderá fazer mais contingências (reservas) que até agora não foram especificadas.
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(Com agência Reuters)