Os juros do cheque especial subiram de 232% ao ano em maio para 241,3% ao ano no mês passado, o maior patamar desde dezembro de 1995, quando atingiu 242% ao ano, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados nesta quinta-feira. Depois do cartão de crédito rotativo, os juros do cheque especial são os mais caros do mercado e registraram uma alta de 93,2 pontos percentuais nos últimos 18 meses.
No caso do cartão de crédito rotativo, os juros subiram para 372,0% ao ano em junho ante 360,5% de maio, uma elevação de 11,5 pontos porcentuais. No parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro aumentou 2,3 pontos de maio para junho, passando de 115,9% ao ano para 118,2% ao ano.
No geral, a taxa média de juros no crédito livre – que excluem financiamento de imóveis e rural – subiu de 42,5% ao ano em maio para 43,5% ao ano em junho. Com essa alta, a taxa volta a ser a maior taxa da série iniciada em março de 2011. Desde o início do ano, em todos os meses a taxa de juros tem sido recorde e batido a do mês anterior.
A alta dos juros bancários acompanha a elevação da taxa básica da economia. Nesta quarta-feira, o BC elevou a Selic de 13,75% para 14,25%. Desde outubro do ano passado, quando a Selic estava em 11%, o BC vem subindo os juros ininterruptamente.
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Spread – O spread bancário médio no crédito livre subiu de 29,8 pontos porcentuais em maio para 30,7 pp em junho. O spread é a diferença entre os juros que os bancos pagam para captar dinheiro e o que cobram para emprestá-lo.
Estoque – Já o estoque de operações de crédito do sistema financeiro subiu 0,6% em junho ante maio e chegou a 3,102 trilhões de reais. No primeiro semestre do ano, houve alta de 2,8% e, em 12 meses até junho, de 9,8%.
Houve aumento de 0,6% para pessoas jurídicas e alta de 0,7% para o consumidor no mês. De janeiro a junho, a alta está em 2,0% para as empresas e em 3,7% para a pessoa física. No caso do período de 12 meses encerrados no mês passado, as taxas são de crescimento de, respectivamente, 8,9% e 9,8%.
O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 54,4% em maio para 54,5% no mês passado.
(Com Estadão Conteúdo)