A Grécia conseguiu obter quatro meses de prorrogação de seu resgate financeiro nesta terça-feira. A prorrogação do prazo já havia sido aprovada pelos países da zona do euro na sexta-feira, mas só foi oficializada nesta terça-feira, depois que o país apresentou um plano de reformas. Para os países membros do Eurogrupo, no entanto, o plano ainda precisa ser ampliado. A nova lista de compromissos promete que os gastos para aliviar o ‘estresse social’ não prejudicarão seu orçamento. “Pedimos que as autoridades gregas ampliem mais a lista de medidas de reformas e devolvam o texto, com base no acordo atual, em estreita colaboração com as instituições para permitir uma conclusão rápida e bem-sucedida da revisão”, disse o comunicado do Eurogrupo, em referência a uma revisão que deve ser concluída até o final de abril.
O governo do esquerdista Alexis Tsipras precisava elaborar um documento que convencesse os credores internacionais a estenderem por mais quatro meses a ajuda financeira ao país. O texto, de seis páginas, foi enviado na noite de segunda-feira. Com poucas crifras, os gregos prometeram aprimorar a cobrança de impostos, a luta contra a corrupção e “analisar e controlar os gastos em cada área de despesa governamental”.
Leia mais:
Comissão Europeia diz que lista grega está “suficientemente completa”
Grécia tem até hoje para mostrar que está alinhada com credores
Grécia e ministros europeus chegam, enfim, a um acordo sobre dívida
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse ao presidente do Eurogrupo de ministros das Finanças, Jeroen Dijsselbloem, em uma carta, que a lista de proposta de reformas da Grécia oferece um ponto de partida válido para a conclusão bem-sucedida de uma revisão de seu programa.
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, também comentou o assunto com Dijsselbloem, dizendo que o plano de reforma da Grécia é suficiente para continuar com o programa de ajuda ao país, mas faltam detalhes necessários. Para ela, a lista grega é abrangente porém “não muito específica”.
“Em algumas áreas como o combate à evasão fiscal e à corrupção me sinto encorajada pelo que parece ser uma determinação mais forte da parte das novas autoridades em Atenas”, escreveu a chefe do FMI. “Em um certo número de áreas, no entanto, incluindo talvez as mais importantes, a carta não transmite garantias claras de que o governo pretende adotar as reformas vislumbradas”. Entre outras áreas de preocupação, ela citou aposentadorias e política relativa a imposto sobre valor agregado, bem como reformas no mercado de trabalho.
Os mercados financeiros se animaram mesmo antes da confirmação da extensão do programa de resgate de 240 bilhões de euros da União Europeia e do FMI, poupando a Grécia por hora de um colapso bancário iminente, da falência estatal e de uma possível saída tumultuada da zona do euro.O FMI e o BCE são credores da Grécia juntamente com a Comissão Europeia. O futuro financeiro do país no longo prazo, no etanto, continua incerto.
(Com agência Reuters)