O mercado de trabalho dos Estados Unidos (EUA) abriu 142 mil vagas em agosto, o menor resultado em oito meses, informou o Departamento do Trabalho norte-americano nesta sexta-feira. A taxa de desemprego caiu 0,1 ponto percentual, para 6,1%. Os dados reforçam a percepção de que o Federal Reserve (banco central americano) deve demorar mais para elevar as taxas de juros do país. Economistas projetavam a criação de 225 mil vagas e taxa de desemprego de 6,1%.
Os resultados de junho e julho foram revisados e apontam criação de 28 mil vagas a menos do que o relatado anteriormente, ampliando o cenário de fraqueza. Além disso, em agosto, não houve criação na indústria e os empregos no varejo caíram pela primeira vez desde fevereiro.
A desaceleração inesperada na criação de vagas contradiz indicadores do mercado de trabalho, como os pedidos iniciais de auxílio-desemprego, que estão perto dos níveis pré-recessão. “Claramente é decepcionante, mas a percepção ainda é de que a economia ainda está ganhando tração”, disse Russell Price, economista do Ameriprise Financial.
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A presidente do Fed, Janet Yellen, está preocupada com o lento crescimento dos salários, o ainda elevado número de norte-americanos com empregos de meio período – embora queiram empregos em período integral. Muitos sofrem também com um longo período de desemprego. O Fed tem apontado estes dados como evidência da “significativa subutilização” de recursos do mercado de trabalho, que mereceria uma política expansionista.
Os dados de emprego chegam antes da reunião de política monetária do Fed, em 16 e 17 de setembro. O banco central tem mantido as taxas de juros perto de zero desde dezembro de 2008 e os mercados financeiros não preveem elevação até a metade do ano que vem.
(Com Reuters)