O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, reduziu nesta quarta-feira a Selic em 0,5 ponto porcentual, para 7%. É o menor valor para taxa básica de juros desde 1999, quando a instituição passou a divulgar metas para o índice como ferramenta de política monetária. É o décimo corte consecutivo na Selic.
“O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e 2019, é compatível com o processo de flexibilização monetária”, diz o comitê em nota.
O Copom reduziu o ritmo de corte de juros em relação às reuniões de setembro e outubro – que tiveram queda de 1 ponto e 0,75 ponto, respectivamente. O comportamento era esperado pelo mercado financeiro, segundo os dados do último Boletim Focus. A previsão é de que o patamar de 7% se mantenha ao fim de 2018. A próxima reunião está marcada para os dias 6 e 7 de fevereiro.
Na visão dos analistas, o BC vem indicando que o ciclo de cortes de juros, iniciado em outubro de 2016, está chegando ao fim. Na época, a taxa de juros estava em 14,25%, e foi elevada gradualmente a esse patamar como tentativa de conter o avanço da inflação. O IPCA atingiu 10,67% em 2015, acima do teto da meta para o ano (6,5%)
No comunicado divulgado hoje, o Copom informa que “caso o cenário básico evolua conforme esperado, vê, neste momento, como adequada uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária”. “Essa visão para a próxima reunião é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores. Para frente, o Comitê entende que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária.”
Recentemente, com a desaceleração da atividade econômica, os preços passaram a subir menos e o BC viu espaço para reduzir os juros. A previsão é de que a inflação termine o ano em 3,03%. O centro da meta do IPCA para 2017 é de 4,5%, limite que pode oscilar entre 3% e 6% devido à margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual.
A Selic é a taxa usada como referência para definir os juros pagos em diversos contratos do sistema financeiro, de empréstimos para a compra de imóveis a cartões de crédito. Ela é definida em reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que é parte do Banco Central, em reuniões que ocorrem a cada 45 dias. O BC altera a taxa básica de juros para controlar a inflação, por meio da influência que a Selic têm na oferta de dinheiro disponível no mercado.