Enquanto os conflitos sócio-políticos na Líbia avançam, uma nova briga, desta vez corporativa, deve começar em breve. A disputa será pelo controle do fundo soberano com 70 bilhões de dólares em ativos da família Kadafi, informa o jornal The New York Times.
O fundo, criado em 2006 pelo filho do ditador Muammar Kadafi, possui, além de aproximadamente 50 bilhões de dólares em dinheiro, fatias de companhias européias como a editora Pearson, que publica o jornal The Financial Times e a revista The Economist, e o clube de futebol italiano Juventus. O fundo ajudou o presidente líbio a se aproximar de figuras poderosas, como o príncipe Andrew, da Grã-Bretanha, a família Rothschild e a nata da sociedade italiana, segundo o jornal. Além do fundo, o banco central da Líbia tem reservas de cerca de 110 bilhões de dólares.
Ainda não se sabe se o fundo soberano, operado indiretamente pelo filho de Kadafi, está acessível ao ditador. A maioria do dinheiro provavelmente está na Líbia ou em bancos do Oriente Médio, longe do alcance de sanções.
Após o discurso em que Kadafi mostrou-se disposto a permanecer no poder a qualquer custo, os seus relacionamentos internacionais possibilitados pelo fundo diminuíram drasticamente, principalmente na Inglaterra. A editora Pearson congelou a participação de 3% que a Líbia tem no capital da empresa e a oposição na Grã-Bretanha pediu a remoção do príncipe Andrew de sua posição de representante dos interesses empresariais.