O Brasil lidera o ranking de vulnerabilidade de sete grandes emergentes, com a dívida do setor privado atingindo 93% do Produto Interno Bruto (PIB) até o final de 2015, avaliou a Fitch. Em relatório, a agência de classificação de risco estima que, entre 2005 e o fim de 2014, o Brasil teve a maior valorização, de 50 pontos porcentuais do PIB, seguido pela Turquia, de 49. “Os desafios enfrentados pelo Brasil refletem, em parte, a rápida ascensão e o nível de endividamento do setor privado”, disse. A lista também conta com Índia, Indonésia, México, Rússia e África do Sul.
A agência lista uma série de problemas que agravam a vulnerabilidade: a desaceleração da economia, a alta na taxa de juros (acompanhando a elevação dos juros nos Estados Unidos), a volatilidade do câmbio e a queda nos preços das matérias-primas de exportação.
No geral, a Fitch diz que a dívida das empresas privadas aumentou rapidamente nos principais mercados emergentes nos últimos 10 anos, superou os níveis de dívida pública e elevou o risco das economias, dos sistemas financeiros e da dívida dos países.
A dívida do setor privado nos sete grandes países emergentes subiu, em média, de 46% do PIB em 2005 para 71% em 2014. A Fitch prevê que até o final de 2015, esse valor chegue a 77%, agravado pelo impacto da depreciação cambial. O México tem a menor porcentagem, com previsão que chegue a 47% até o final deste ano.
Segundo a Fitch, muitas das crises nos países emergentes têm sido precedidas por um aumento na dívida. A dívida do setor privado tem frequentemente migrado para balanços dos governos em crises financeiras passadas. Portanto, a dívida privada representa um passivo na dívida soberana, em especial para as empresas estatais, que têm sido mais pressionadas.
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(Com Estadão Conteúdo)