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Bolsas caem com ameaça de guerra comercial entre EUA e China

Na semana, Dow Jones caiu 5,67% e o Nasdaq teve baixa de 6,54%; foram as maiores quedas porcentuais semanais desde janeiro de 2016

Por Estadão Conteúdo, Reuters Atualizado em 23 mar 2018, 21h55 - Publicado em 23 mar 2018, 21h03
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  • A Bolsa de São Paulo fechou nesta sexta-feira em baixa de 0,46%, aos 84.377,19 pontos, refletindo a volatilidade dos principais índices do mercado acionário em Nova York, a despeito do noticiário positivo para a economia doméstica. Na semana, a desvalorização do Ibovespa é de 0,6%.

    “O Ibovespa operou sem direção clara, seguindo especialmente os Estados Unidos. A questão da guerra comercial tem feito e deve continuar a fazer preço”, ressaltou Ignacio Crespo, analista da Guide Investimento.

    A tensão geopolítica com a queda de braço entre EUA e China tem aumentado e nesta sexta afetou uma série de ativos ao redor do mundo, como os metais. Em meio às incertezas, as cotações do ouro subiram em um movimento de busca pela segurança. Do lado contrário, o cobre fechou em baixa sob a perspectiva de que as medidas de Donald Trump possam afetar a demanda chinesa por commodities metálicas.

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    O projeto de Washington, além de estabelecer tarifas contra Pequim, impõe restrições às transferências de tecnologia e aquisições pela parte chinesa. Isso também afetou as empresas do setor e levou o S&P 500 para baixo com o Ibovespa acompanhando o movimento em vários momentos da sessão.

    Diante desse cenário externo, completa Crespo, ficou difícil para os investidores se animarem com as boas notícias, como o IPCA-15 que subiu 0,10% em março e reforçou a aposta de novo corte do juro pelo Banco Central na reunião de política monetária de maio. Outro sinal positivo veio da criação de 61.188 vagas com carteira assinada em fevereiro de 2018, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

    Exterior

    Wall Street despencou com mais de 1.000 pontos eliminados do Dow em dois dias, à medida que investidores, cada vez mais nervosos sobre uma possível guerra comercial entre Estados Unidos e China, se afastaram do risco antes do fim de semana e buscaram abrigo contra perdas maiores.

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    O Dow Jones caiu 1,77%, a 23.533 pontos, o S&P 500 recuou 2,10%, a 2.588 pontos, após atingir uma mínima intradia que ficou pouco acima de sua média móvel de 200 dias de 2.585 pontos. O Nasdaq perdeu 2,43%, a 6.992 pontos.

    Na semana, o Dow caiu 5,67%, o S&P 500 caiu 5,95% e o Nasdaq caiu 6,54%, registrando suas maiores quedas percentuais semanais desde janeiro de 2016.

    “Há preocupação sobre como a guerra comercial se pareceria. Investidores querem gerir seu risco. Se isso escalar rapidamente, poderia ser um grande revés para o mercado”, disse Peter Kenny, estrategista sênior de mercado do Global Markets.

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    Os planos do presidente Donald Trump de impor tarifas em até 60 bilhões de dólares em produtos chineses aproximou as duas maiores economias do mundo de uma guerra comercial, à medida que a China declarou planos de tarifar até 3 bilhões de dólares em importações dos EUA, incluindo frutas e vinho, ainda que tenha pedido aos Estados Unidos que recuasse.

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