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Woody Allen volta ao passado – e ao amor – em ‘Café Society’

Kristen Stewart e Jesse Eisenberg, um perfeito Allen vicário, são arestas de um triângulo amoroso em filme que homenageia a Hollywood dos anos 1930

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 ago 2016, 10h18 - Publicado em 25 ago 2016, 15h37
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  • Há quem diga que Woody Allen já não faz filmes como antigamente. E há quem diga que, mesmo quando é ruim, Allen é ótimo. Café Society, longa que estreia nesta quinta-feira no país, parece chegar para negar a primeira afirmação e confirmar a segunda. Ambientado nos anos 1930, década em que nasceu o diretor, o filme é uma homenagem à velha Hollywood e carrega muito daquela nostalgia que vira e mexe emerge na sua cinegrafia – vide A Era do Rádio (1987), Tiros na Broadway (1994) e o mais recente Meia-Noite em Paris (2011). E, o.k., pode não ter o brilhantismo de títulos como Match Point (2005) e Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977), especialmente no roteiro, o ponto mais frágil do longa, mas está muito acima da média dos lançamentos atuais do cinema.

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    Quase tudo em Café Society é, se não perfeito, de primeira linha. A fotografia é assinada por um virtuose, Vittorio Storaro, responsável pelas imagens de Último Tango em Paris (1972), Apocalypse Now (1979) e O Último Imperador (1987). O elenco, encabeçado por Kristen Stewart (Crepúsculo) e Jesse Eisenberg (A Rede Social), um perfeito Allen vicário, mas com destaque para dois coadjuvantes, Corey Stoll (House of Cards) e Blake Lively (Águas Rasas), entrega uma atuação afinada, redonda, sem nenhuma aresta. A produção de época e a trilha, recheada de jazz, gênero preferido do diretor, também não merecem reparo. Só mesmo o roteiro leva uma nota menor, mas nada que comprometa a sessão.

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    Herói de Café Society, Bobby Dorfman (Einsenberg) quer algo mais da vida que o difícil equilíbrio entre a pobreza dos pais judeus, Rose (Jeannie Berlin) e Marty (Ken Stott), e o crime, território do irmão gângster Ben (o excelente Stoll). Por isso, logo no início da história o vemos deixar o Bronx, em Nova York, rumo a Los Angeles, onde mora o tio Phil Stern (Steve Carell), um influente agente de astros do cinema. É na porta do tio que ele bate, para pedir emprego e se apaixonar: Phil põe à sua disposição, nos fins de semana, a secretária Vonnie (Kristen), com a missão de ciceroneá-lo pela cidade das estrelas.

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    E lá vão eles passear na frente das mansões dos famosos e por bares simples e aconchegantes. Falastrão, chegado a disparar piadas sobre judeus – “Comem tudo bem passado para matar todos os vermes”, “Era só o que me faltava, uma prostituta judia” – e dado a gesticular, Bobby é a reedição de personagens vividos pelo próprio Allen. Personagens que, por incrível que pareça, são grandes pegadores. E Bobby não fica atrás: Vonnie em pouco tempo é atraída por ele.

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    O problema é que logo em seguida saberemos que ela já é comprometida, e com um homem casado que vem a ser… Phil, o tio de Bobby, a quem o agente vai pedir conselhos amorosos. É em torno desse trio, mas em especial em redor de Bobby e Vonnie, que ele não consegue esquecer nem mesmo quando conhece a deslumbrante Veronica (Blake Lively), que se move o filme. Daí ficarem estranhos os cortes que o longa dá de Los Angeles, onde os mocinhos se apaixonam, para o Bronx, onde Ben prospera a partir de extorsões, roubos e assassinatos.

    É como se o roteiro sofresse um solavanco de quando em quando, e em algum momento é possível que o espectador imagine que o filme acabou. Mas ele retorna, para a sorte da plateia, que poderá acompanhar mais da história de Bobby e Vonnie, ainda que ela não venha a ser um conto de fadas. Afinal, é Woody Allen. Ainda que não na sua melhor forma, em uma forma muito melhor que a média do mercado.

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