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A polêmica reunião da Ministra das Mulheres com atrizes da Globo

Artistas recebidas por Cida Gonçalves acusam Marcius Melhem de assédio, mas ele vem rebatendo todas as acusações com provas como áudios, fotos e mensagens

Por Redação
Atualizado em 12 abr 2024, 15h14 - Publicado em 4 abr 2023, 20h04

Na tarde desta terça-feira, 4, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, recebeu em Brasília atrizes e roteiristas da Rede Globo para uma reunião que teve como tema o combate ao assédio no ambiente de trabalho. O encontro já gerou uma saia-justa para o governo, tendo em vista que as visitantes se encontram em meio a uma rumorosa discussão na Justiça. Nome esperado do encontro, a comediante Dani Calabresa não compareceu pessoalmente, mas enviou um vídeo para marcar sua posição em relação ao tema. A atriz é uma das que acusam o ex-diretor de humor da emissora Marcius Melhem de assédio. Segundo participantes da reunião, o nome de Melhem não foi citado e a conversa foi direcionada para casos gerais de assédio no ambiente de trabalho. Participaram do encontro a advogada de Calabresa, Mayra Cotta, as roteiristas Luciana Fregolente e Carolina Warchasvky, a diretora Flávia Lacerda, as atrizes Georgiana Goés, Renata Ricci, Karina Dohme e Carol Portes, e a deputada federal Talíria Petrone (PSol).

Foi por iniciativa de Melhem, e não das acusadoras, que o caso foi levado à Justiça, há mais de dois anos. Ao longo desse período, ele entregou à Justiça dezenas de vídeos, fotos e áudios que colocam diretamente em xeque várias das acusações.  Entre as provas que constam no processo, supostas vítimas reconhecem que tiveram relações consensuais com ele. Melhem criticou duramente a reunião na semana passada por considerá-la uma legitimação das acusações, sendo que ele sequer é réu no processo. Presente ao evento, a advogada Mayra Cotta, que representa as supostas vítimas, foi condenada no ano passado pelo Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Seccional de Brasília. A pena recebida foi de censura convertida para advertência (ela apresentou recurso contra a decisão, que deve ser julgado nas próximas semanas). A iniciativa desse processo contra Mayra Cotta foi dos defensores de Melhem, que acusaram a advogada de mercantilização da profissão.

O encontro no no Ministério das Mulheres pode representar um tiro no pé para a bem intencionada titular da pasta, pois as visitantes que apresentaram propostas sobre políticas de assédio podem ter que responder pelas falsas acusações contra Melhem, incluindo Dani Calabresa, dependendo do desenrolar do caso. A assessoria do Ministério enviou a VEJA uma nota sobre a reunião, mas não comentou a saia-justa gerada pelo evento:

“O Ministério das Mulheres repudia toda e qualquer forma de violência contra as mulheres, incluindo o assédio no mundo do trabalho. Para combater esse problema, que atinge uma mulher a cada hora no Brasil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Pasta vem realizando uma série de ações e diálogos com a sociedade civil e representantes de outras esferas do poder público.

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Em reunião realizada nesta terça-feira (04/04), o Ministério das Mulheres ouviu atrizes e roteiristas da Rede Globo, que apresentaram uma proposta para a construção de um marco normativo para o combate ao assédio no ambiente de trabalho. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, também apresentou as ações que a Pasta vem realizando para construir políticas públicas de enfrentamento a todas as formas de violência contra a mulher, incluindo o assédio moral e sexual. Ainda nesta semana, o Ministério das Mulheres também receberá representantes da União Nacional dos Estudantes para debater o combate à violência sexual nas universidades.

Uma dessas ações foi a mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhada ao Congresso, no dia 8 de março, para a ratificação da Convenção 190, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A nova norma estabelece diretrizes para o enfrentamento da violência e do assédio no mundo do trabalho. Cida Gonçalves também afirmou hoje que pretende criar um grupo de trabalho para debater o tema.

Também nesta terça-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que instituiu o Programa de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Sexual, à Violência Sexual e aos demais Crimes contra a Dignidade Sexual no âmbito da administração pública. No Governo que respeita todas as mulheres, seguiremos trabalhando para garantir às mulheres uma vida livre de violência.”

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