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Morre Ziraldo, cartunista e o pai do ‘Menino Maluquinho’

Multiartista tinha 91 anos e vivia longe de aparições públicas desde que teve um AVC, em 2018; mostra homenageia seus personagens no Rio de Janeiro

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 abr 2024, 17h37 - Publicado em 6 abr 2024, 16h25

Morreu neste sábado, aos 91 anos, o cartunista e escritor Ziraldo. Pai do ‘Menino Maluquinho‘, garotinho que ganhou o coração de brasileiros de todas as idades com carisma e a peculiaridade de usar uma panela na cabeça, Ziraldo Alves Pinto não fazia aparições públicas desde 2018, quando teve um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. Segundo a família, ele morreu enquanto dormia em sua casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro, por volta das 15h.

Nascido no município de Caratinga, em Minas Gerais, Ziraldo foi o primogênito de oito filhos e, já na infância, demonstrou o talento que faria dele um multiartista quando adulto: com apenas seis anos, publicou um desenho no jornal Folha de Minas. Ao longo da vida, também foi pintor, caricaturista e teatrólogo. Atuou ainda como jornalista.

Aos 17 anos, ele se mudou para o Rio de Janeiro e ilustrou contos em uma revista chamada Coração. Ainda em 1949, teve sua primeira história em quadrinhos publicada. Em 1954, estreou uma página de humor no jornal A Folha de Minas. Três anos depois, quando se formou em Direito — área que nunca exerceu –, seus trabalhos começaram a sair nas revistas A Cigarra e O Cruzeiro. A partir de 1963, ao iniciar publicações no Jornal do Brasil, os holofotes se voltaram para o criador de personagens como Jeremias, o Bom, Supermãe e Mirinho.

Voz contra o regime

Com a chegada dos anos 1960, nasceu pelas mãos de Ziraldo a primeira revista em quadrinhos brasileira escrita somente por um autor. Era a Turma do Pererê, que também foi o primeiro quadrinho colorido 100% produzido no país. Em 1964, com o início da ditadura militar, a publicação foi cancelada.

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Ziraldo também foi uma voz contra o regime militar. Fundador do O Pasquim, tabloide que se opunha aos militares de forma irreverente, foi preso quando era diretor da publicação em 14 de dezembro de 1968, um dia após a promulgação do Ato Institucional nº 5, o AI-5, o que mais repressor do período.

Prêmios e sucesso internacional

O cartunista e escritor recebeu prêmios nacionais e internacionais por suas obras. Em 1969, ganhou o Prêmio Nobel Internacional do Humor,no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas, e Prêmio Merghantealler, conferido pela Associação Nacional de Imprensa, que também lhe foi concedido nos anos de 2004 e 2005. Em 1980, foi agraciado com o Prêmio Jabuti de Literatura Infantil, pelo livro O Menino Maluquinho.

Suas ilustrações foram publicadas nas revistas Private Eye, da Inglaterra; Plexus, da França; e Mad, dos Estados Unidos. Seus livros venderam mais de 10 milhões de exemplares.

Homenagem às obras

Desde o mês passado, uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro presta homenagem às obras do cartunista. Intitulada Mundo Zira — Ziraldo Interativo, traz áreas dedicadas a Flicts e ao querido Menino Maluquinho.

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