A Justiça do Rio decretou a prisão preventiva de Daniel de Oliveira Coutinho, de 41 anos, acusado de ter esfaqueado o pai, o cineasta Eduardo Coutinho, de 80, e a mãe, Maria das Dores Oliveira Coutinho, de 62, no apartamento da família, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A prisão foi decretada no domingo pela juíza Nathalia Calil Miguel Magluta, mas anunciada apenas nesta segunda-feira pelo titular da Divisão de Homicídios (DH), Rivaldo Barbosa.
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“A prisão mostra-se formal e materialmente legal, não sendo caso de relaxamento. Quanto à conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, entendo que assiste razão à autoridade policial e ao Ministério Público, sendo, por ora, necessária a custódia cautelar do indiciado. Com efeito, à luz dos elementos informativos contidos na comunicação da prisão em flagrante do indiciado, entendo que sua prisão preventiva deve ser decretada para a garantia da ordem pública, da futura aplicação da Lei Penal e da futura instrução criminal, havendo diversas diligências policias ainda pendentes de realização com vistas à integral instrução da causa”, escreveu a magistrada em sua decisão.
Ainda segundo a juíza, Daniel foi apreendido logo após confessar, na frente de vizinhos, ter desferido contra seus pais golpes de faca. “Entendo que há necessidade de se resguardar a instrução, a fim de que as demais provas sejam colidas pela autoridade policial garantindo-se, ao final, a instrução criminal”, continuou ela. Indiciado por homicídio e tentativa de homicídio, o filho de Coutinho está internado no Hospital Miguel Couto sob custódia policial. Após o crime, ele tentou se matar com duas facadas no abdômen. Um psicólogo da Polícia Civil deve ouvi-lo ainda nesta segunda-feira.
Velório – A irmã do cineasta, Heloísa de Oliveira Coutinho, chegou nesta segunda-feira, por volta das 11h30, ao velório do irmão e afirmou que Coutinho era um ótimo pai, o que torna ainda mais incompreensível o ataque. “Nós falávamos pouco, porque eu moro em São Paulo. Não acompanhávamos o dia a dia da família, mas (a morte) foi uma completa surpresa”, disse ela, acrescentando: “O Eduardo era um ótimo pai, mas tinha uma vida muito discreta, apesar de ser muito engraçado”. O corpo do cineasta está sendo velado no cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul, e será enterrado às 16 horas desta segunda.
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‘Cabra Marcado para Morrer’ (1984)
Idealizado em 1964, o filme contaria a história do assassinato de João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas, de Pernambuco. O longa, ainda que baseado em fatos reais, seria tratado como ficção e teria interpretações dos próprios camponeses. Com o Golpe Militar, as filmagens foram interrompidas e o cineasta só retomou o filme em 1981, mas o transformou em documentário, abordando a interrupção das gravações e a vida real daqueles que seriam os atores do filme.
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‘Santo Forte’ (1999)
O documentário trata da relação de moradores da favela Vila Parque da Cidade, na Gávea, bairro do Rio de Janeiro, com diferentes religiões. Coutinho e sua equipe entrevistaram onze pessoas em 1997, ano em que o então Papa João Paulo II celebrou uma missa no Rio, durante sua passagem pelo Brasil. Diante da câmera atenta do cineasta, católicos, evangélicos e umbandistas dividem suas visões sobre a fé e o sobrenatural.
https://youtube.com/watch?v=yPk1J0oPQ3Q
‘Babilônia 2000’ (2000)
Por 12 horas, as equipes de Coutinho filmaram os preparativos para a virada do ano de 1999 para o de 2000, em duas favelas do Rio de Janeiro, Chapéu Mangueira e Babilônia, em Copacabana. Durante a preparação para as festas, os moradores falam sobre suas vidas e seus desejos para o novo ano.
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‘Edifício Master’ (2002)
Eduardo Coutinho mostra o dia a dia dos moradores do Edifício Master, tradicional prédio residencial de Copacabana, no Rio de Janeiro. No edifício, o cineasta conversa com 37 pessoas, que dividem suas histórias, sonhos e desejos.
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‘Jogo de Cena’ (2007)
Em uma mistura de ficção e realidade, Jogo de Cena apresenta mulheres comuns que contam suas histórias de vida a Eduardo Coutinho. As cenas, então, são regravadas e reencenadas por conhecidas atrizes, como Marília Pêra e Fernanda Torres, a partir de suas interpretações dos relatos.
https://youtube.com/watch?v=XxckBHKLluU%3Ffeature%3Dplayer_embedded
‘As Canções’ (2011)
A partir do depoimento de 18 personagens, Coutinho aborda o cancioneiro brasileiro. O diretor pede que cada pessoa conte qual a canção brasileira que mais marcou sua vida e explique o porquê. Os entrevistados, claro, também cantam as músicas, emocionados com as lembranças que elas trazem.
(Com Estadão Conteúdo)