A nova aposta da Disney, Jungle Cruise, chegou aos cinemas nesse final de semana, e arrecadou uma receita global de 61,8 milhões de dólares, segundo divulgado pela Variety. Seguindo a estratégia de lançamentos simultâneos da empresa, o longa estreou concomitantemente no Disney+, onde atingiu a marca de 30 milhões de dólares em receita com o premier access, taxa extra cobrada pelo serviço que dá acesso à estreia.
Essa é a segunda vez que a Disney libera os ganhos obtidos por um lançamento no streaming – a primeira foi com Viúva Negra, que faturou 60 milhões de dólares na plataforma, e 158,8 milhões de dólares em bilheteria global. Somadas as duas frentes, a arrecadação do filme na semana de estreia bateu os 218,8 milhões de dólares, com o streaming representando aproximadamente 27% desse valor. No caso de Jungle Cruise, onde a soma de cinema e streaming totalizou 91,8 milhões de dólares, o peso do Disney+ foi de 32% – um pouco mais alto, mas nada discrepante.
Com os dados de apenas duas estreias divulgadas até então, os números não configuram exatamente um padrão, e podem ser mera coincidência. Mas é significativo que o streaming mantenha a tendência de representar cerca de um terço da renda da estreia. Repetindo-se nos demais lançamentos, é um indício de que uma parcela relativamente estável do público ainda prefere pagar para assistir aos lançamentos em casa, por segurança ou conforto, do que se arriscar a ir até aos cinemas, independente do filme em cartaz.
No caso do medo, a ideia fortalece o argumento da Disney de que a estratégia ajuda no desempenho dos longas, já que o público do premiere access – que sai a 30 dólares nos Estados Unidos e 70 reais no Brasil –, talvez não estivesse disposto a ir aos cinemas. Já para aqueles cujo o conforto é o fator decisivo, quem ganha razão são os donos de cinema, que acusaram a empresa de minar o potencial de bilheteria dos filmes lançando-os online.
De uma forma ou de outra, o lançamento simultâneo ainda promete dar muito pano pra manga. Além do ataque dos donos de cinema, Scarlett Johansson, estrela de Viúva Negra, entrou com uma ação contra a Disney acusando a empregadora de minar seu salário, dependente da bilheteria, com o lançamento no streaming e, segundo divulgado pelo Hollywood Reporter, Emma Stone, protagonista de Cruella, pode seguir pelo mesmo caminho.