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A censura chinesa contra personagem lésbica em ‘Friends’

Série americana voltou aos streamings do país nessa semana, e mais de 54 milhões de pessoas foram às redes sociais apontar cenas cortadas

Por Amanda Capuano Atualizado em 12 fev 2022, 14h13 - Publicado em 12 fev 2022, 14h07

Depois do sucesso do especial de Friends pelo mundo, a série voltou aos streamings da China na sexta-feira, 11, mas assuntos como homossexualidade e prazer feminino foram censurados. Na madrugada de sexta para sábado, a hashtag #FriendsCensored (Friends Censurado, em português) foi o tópico mais comentado na rede social chinesa Weibo, com mais de 54 milhões de visualizações — pela manhã, porém, a tag também foi censurada, e quem tenta acessá-la recebe o aviso de que “este tópico não é pode ser exibido conforme as leis e regulamentos relevantes.”

Os fãs apontam que, no primeiro episódio, foram deletadas  menções a ex-esposa de Ross (David Schwimmer), Carol Willick (Jane Moore Sibbett), que se divorcia dele para ficar com uma mulher. Na cena em questão, Ross menciona que “havia apenas uma mulher” para Carol, que o deixa por sua amiga Susan Bunch, enquanto Joey questiona se ele sabia que a ex-esposa era lésbica. Outro diálogo alterado é uma fala de Ross em que ele cita que “as mulheres podem ter orgasmos múltiplos” ao debater as “vantagens sexuais” de homens e mulheres, e a legenda exibe a tradução como “mulheres têm fofocas sem fim.”

Friends estreou nas plataformas de streaming chinesas Sohu video e iQiyi em 2012 sem nenhuma censura, até que saiu do ar em 2013, quando o contrato com as plataformas foi encerrado. Com a popularidade do especial Friends: The Reunion, lançado em 2021 com o reencontro dos atores,  as plataformas se reuniram e compraram os direitos de exibição do programa, mas tiveram que se adaptar às novas regras.

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A censura atual é fruto de uma diretriz válida desde 2016 que determina que os programas de televisão não devem incluir histórias envolvendo relacionamentos homossexuais, bem como outros tópicos que “exageram o lado sombrio da sociedade.” O documento de oito páginas cita os conteúdos como “vulgar, imoral e insalubre”, e considera a homossexualidade, casos extraconjugais, sexo casual e relacionamento entre menores de idade como “fora dos limites.”

Vale lembrar que Hollywood já alterou algumas de suas produções para conseguir penetrar no mercado cinematográfico chinês — um dos maiores do mundo, ao lado dos Estados Unidos. Em 2019, o longa Bohemian Rhaposody teve diversas cenas com menções à homossexualidade de Freddie Mercury cortadas em seu lançamento na China. Mais recentemente, em janeiro, O Clube da Luta teve o seu final alterado para uma versão mais “adequada” a visão chinesa.

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