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A nova safra do rótulo que colocou o Uruguai no mapa dos grandes vinhos

Além de produzir o ícone Balasto, a Garzón tem se consolidado como um importante destino enoturístico que atrai mais de 20 mil brasileiros por ano

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 ago 2023, 07h00

No mundo do vinho, os rótulos chamados ícones são aqueles que reúnem tanto as melhores características de uma vinícola e de um terroir quanto os conhecimentos do enólogo. Geralmente, têm também uma reputação construída ao longo da história e de sucessivas safras especiais, bem pontuadas pelos críticos. No caso do Balasto, vinho que ocupa o topo do portfólio da Garzón, no Uruguai, seu reconhecimento veio cedo. A primeira safra chegou ao mercado em 2015, e desde então o rótulo colocou de vez o pequeno país no mapa dos grandes vinhos. Agora, a safra 2020 está prestes a desembarcar no Brasil, após um ano em que o vinho não foi lançado porque as uvas não foram consideradas boas o suficiente.

Oficialmente, o lançamento será feito no dia 12 de setembro na Place de Bordeaux, o sistema indireto de vendas que surgiu para atender algumas das grandes vinícolas da região francesa, mas hoje conta com vinhos de alta gama de diversos países. O Balasto é o único uruguaio vendido nesse sistema. Por aqui, ele chega no dia seguinte, 13 de setembro, importado pela World Wine, por R$ 1.140.

O sucesso do Balasto é resultado de uma conjunção de fatores. A escolha do local onde está o vinhedo é um deles. Balasto é o nome da rocha granítica que compõe o solo. Ela se esfarela com facilidade, o que permite que as raízes das videiras se desenvolvam e confere mineralidade ao vinho. O trabalho do enólogo italiano Alberto Antonini, consultor da Garzón, é outro. Antonini tem projetos na Argentina e na Itália e vem ajudando as equipes locais a explorar o máximo potencial de cada vinhedo. E a estratégia do CEO Christian Wylie, de levar os rótulos para diferentes mercados, consolidando a presença no Uruguai, país de grande consumo per capita, mas também exportando para Estados Unidos, Brasil e outros 57 países, tem se mostrado acertada.

O vinho Balasto, ícone uruguaio produzido pela Garzón; nova safra chega ao mercado em setembro -
O vinho Balasto, ícone uruguaio produzido pela Garzón; nova safra chega ao mercado em setembro – (Reprodução/Reprodução)

O blend é elaborado tradicionalmente a partir de quatro castas: Tannat, Cabernet Franc, Petit Verdot e Marselan. Dessa vez, no entanto, a Marselan ficou de fora. “Achamos que ela estava com um sabor tão potente que poderia desestruturar o blend”, afirma Wylie. O resultado final leva 42% de Tannat, uva que se tornou símbolo do Uruguai, além de 39% de Cabernet Franc e 19% de Petit Verdot. A fermentação é feita em tulipas de cimento, e o vinho é maturado durante 20 meses em tonéis de carvalho francês provenientes da região norte do país, e que não passam por nenhuma tosta. “Não queremos aquele sabor de caramelo ou baunilha tão associados à madeira”, diz o CEO da vinícola. O resultado é um vinho potente, com grande potencial de guarda.

Embora seja o vinho mais prestigioso da vinícola, a Garzón tem um portfólio grande, com vinhos de diferentes faixas de preço. Há, por exemplo, o Tannat de corte, vendido por R$ 188, que leva a uva ícone do Uruguai, além de outras variedades em pequenas proporções. Há opções intermediárias, como o Albarinho Single Vineyard (R$ 318), feito com uvas provenientes de um único vinhedo. Ou a linha premium Petit Clos, feito apenas com uvas das melhores parcelas (das mais de 1.500) dos vinhedos. Um destaque é o Pinot Noir, vendido a R$ 538, inspirado nos tintos da Borgonha. A arte dos rótulos ajuda a mostrar a diferença de proveniência. Nos vinhos de entrada, o desenho representa uma visão aérea do vinhedo. Já o Petit Clos mostra a parcela específica. E o Balasto conta com uma representação do solo granítico que dá nome ao vinho.

Além dos vinhos, a vinícola, projeto pessoal do empresário argentino Alejandro Bulgueroni, se tornou um importante destino enoturístico, principalmente para os brasileiros. Hoje, o complexo recebe cerca de 40 mil visitantes anuais, e mais da metade são do Brasil. Os dados são reflexo de uma mudança de perfil ocorrida durante a pandemia. Antes, a distribuição era igual entre brasileiros, americanos e argentinos. Além de visitas guiadas e degustações, a vinícola tem um campo de golfe e, em breve, terá diferentes hospedagens, incluindo bangalôs à beira da praia – afinal, os vinhedos estão localizados a apenas 18 quilômetros do Atlântico.

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