As mudanças de temperatura, trazendo ondas de calor prolongadas, já mexem com o funcionamento do organismo das pessoas a tal ponto, que até o humor é afetado, podendo desencadear em quadro clínico de depressão. Psiquiatra e sócio-diretor do Grupo Primum Educacional, Gustavo Teixeira fala à série Verão 50º da coluna sobre o Transtorno Afetivo Sazonal, típico em bruscas mudanças de temperatura em países frios, e como isso se aplica no Brasil, em seu oposto, com elevadas ondas de calor.
“É um quadro de depressão que ocorre todo ano durante o inverno, no hemisfério norte principalmente, e afeta cerca de 5% da população mundial. Isso ocorre em países que possuem inverno rigoroso, quando os dias são mais curtos, de menor luminosidade, muito frio. Muitas vezes as pessoas não conseguem nem sair de casa devido às tempestades de neve, o que colabora para aumento de sintomas do Transtorno Afetivo Sazonal. A pessoa apresenta sintomas de tristeza, falta de motivação, menos energia, pode ter ganho de peso, fica mais sonolenta, dorme mais. Pode apresentar também sintomas físicos, como dores musculares, dores de cabeça. Já a depressão no verão é mais rara, dentro do transtorno afetivo sazonal. Durante o verão isso é mais raro, mas pode ocorrer. E o que tem que prestar atenção? É a questão do ambiente interferindo no funcionamento da pessoa. O que deve ser feito? A pessoa procurar se hidratar com água, sucos, tentar melhorar a qualidade de sono. Muitas vezes, quando tem disponibilidade de ar-condicionado, isso ajuda. Em casos graves, avaliação psiquiátrica se faz necessária para se avaliar a necessidade de terapia cognitivo-comportamental, em alguns casos associada a medicamentos. É importante deixar claro que são condições médicas tratáveis”.
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