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O maior erro de Taylor Swift no Rio

Morte de jovem não motivou medida drástica da produção e de autoridades no local do incidente

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 nov 2023, 13h26 - Publicado em 20 nov 2023, 07h01

No mesmo instante que Taylor Swift, 33 anos, subia ao megapalco montado no estádio Nilton Santos, no subúrbio carioca, na noite deste domingo, 19, para sua segunda apresentação – após o adiamento do show da noite anterior –, uma família chorava copiosamente na porta do Instituto Médico Legal (IML), a cerca de 30 quilômetros dos altos decibéis de suas músicas. Na sexta-feira, 17, Ana Clara Benevides, 23 anos, morreu após passar mal durante o primeiro show da cantora americana na cidade. Em meio à onda de calor que provocou sensação térmica de até 60°C, a jovem fã foi socorrida, mas não resistiu. Mais de mil pessoas foram atendidas no estádio, com problemas como desidratação e insolação, além de queimaduras pelo corpo.

Foi preciso ocorrer uma tragédia desse porte para que autoridades públicas se mexessem diante da desumanidade dos organizadores, que proibiram a entrada de água em garrafinhas ao local da apresentação. Há dias a imprensa vem divulgando que o país atravessa uma forte onda de calor, e que os termômetros no Rio estavam prestes a bater todos os recordes registrados no ano. A previsão era de que sábado, em plena primavera, chegasse aos inacreditáveis 42 graus.

Além da falta d’água gratuita num cenário de calor extremo, placas de ferro foram instaladas no solo do estádio para “proteger” o gramado. Resultado: estava criado um imenso micro-ondas para Taylor cantar e seus 60 mil fãs fritarem. Nem a cantora suportaria tanto calor – os vídeos dela ofegante, sem ar, circulariam aos montes na internet.

Os organizadores do show permitiram a realização nesse caldeirão. A Time For Fun, conhecida como T4F, ciente do calor tanto quanto as autoridades públicas e os agentes da artista, só tomou a iniciativa de cancelar a apresentação de sábado quando os portões já estavam abertos e o gramado lotado. As vaias ouvidas por todos os lados no momento do anúncio oficial do adiamento da apresentação foram poucas perto da absurda insalubridade desenhada aos olhos de todos. Arrastão nos arredores do estádio não foram poucos. Tal como já havia ocorrido no show da semana anterior, o da banda RBD, muitos perderam celulares e carteiras na corrida desenfreada contra bandidos nas calçadas, longe do policiamento que deveria ser, mais uma vez, assunto óbvio aos organizadores.

Quando Taylor subiu no palco para entoar Lover, Cruel Summer The Man, You Need to Calm Down, entre outros hits, em outro canto da cidade os pais de Ana Clara Benevides choravam. A multidão que pulava ensandecida e sem refresco de trégua do calor na cidade parecia alheia ao que acontecera vinte e quatro horas antes no mesmo local. Só por isso, Taylor deveria ter cancelado qualquer apresentação no “micro-ondas” que lhe destinaram. Em nome de uma humanidade perdida para o showbusiness a qualquer preço. Mas também em nome de uma investigação policial que averiguasse as condições encontradas no local onde ocorreu a tragédia. É, mais uma vez, tão óbvio.

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Cancelamento é uma medida drástica? É. Isso geraria infortúnios diversos para fãs, artistas e empresários? Sim. Mas nada deve sobressair a uma morte. O que era para ser uma celebração, como vinha ocorrendo em outras partes do mundo por onde passou a The Eras Tour, no Rio ganhou a temperatura de um show de horrores. Jocosamente, as redes sociais rebatizaram de “Já eras tour”. Nada vai apagar o que aconteceu naquele micro-ondas.

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