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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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“‘Lupin’ usa o racismo como ponto cego”, diz criador da série

Protagonizado por Omar Sy, série francesa da Netflix acaba de ganhar segunda fase

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 jun 2021, 11h15

Vestido de faxineiro, Assane Diop (Omar Sy) entra e sai, sem levantar suspeitas, do Museu do Louvre, onde planeja um roubo mirabolante: no meio de um leilão apinhado de ricaços, ele pretende sair de lá com um colar de diamantes da famosa última rainha da França, Maria Antonieta. A ação que abre a série francesa Lupin, que acaba de ganhar uma segunda temporada na Netflix, soma-se a muitos outros planos divertidos de se assistir realizados pelo protagonista, um grande fã do vigarista da literatura francesa Arsène Lupin, do autor Maurice Leblanc, apelidado de “o ladrão gentil”.

Uma das séries mais populares da plataforma de streaming, Lupin se vale do charme de seu protagonista assim como das belezas do cenários parisienses, mas atrai, também, por essa alfinetada ao racismo, à desigualdade social e ao mal-estar que os super-ricos causam não só na França como em boa parte dos países do mundo. A VEJA, o criador da série, o inglês George Kay fala sobre a nova fase.

 

Qual o segredo da série para ter feito tanto sucesso? Para começar, temos o Omar Sy, claro. Ele tem um charme universal, muito carisma, talento e uma atuação envolvente. Ele é bastante popular na França e já fez alguns filmes nos Estados Unidos, mas esse papel o levou para além da Europa. Ele é nossa arma secreta. A série também tem um apelo familiar, com temas universais e escapistas. É um entretenimento bom para um período em que queremos fugir um pouco do enclausuramento da pandemia. E Paris sempre será o melhor lugar para se visitar.

A série tem um quê de Robin Hood, pelo modo como o protagonista engana os ricaços – apesar de nem sempre dividir com os pobres o que rouba. Existe uma crítica social imbuída nessa escolha? Robin Hood é um herói inglês, pois a Europa com certeza se ressente dos super-ricos. A história da Europa foi construída sobre uma grande desigualdade social, pautada pela aristocracia. Foi assim na Inglaterra, onde eu nasci, mas essa ferida é ainda mais acentuada na França. Então, sim, Lupin toca nesse tema, pois os roubos do protagonista não deixam vítimas, e ele só rouba dos muito ricos. É como se afetasse apenas quem não vai ficar pobre por ter sido roubado.

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Em um país de minoria negra, a escolha de Omar, filho de um casal de imigrantes africanos na França, para interpretar um ladrão rei dos disfarces não parece óbvia. Por que essa escalação e qual a importância da questão racial na série? O racismo cega, logo, algumas pessoas passam despercebidas em diversos ambientes. Então, quando estávamos desenvolvendo a série, decidimos que ele não se disfarçaria em todas as ocasiões. Lupin usa a desigualdade social e o racismo como pontos cegos e de invisibilidade. Assim, ele pode entrar e sair de lugares, especialmente como subalterno. É assim no mundo todo, infelizmente, olhamos para as pessoas a partir de filtros sociais. Por isso ele não precisa de um disfarce elaborado sempre. Às vezes, só um uniforme já o torna invisível.

Lupin é uma resposta do autor francês ao inglês Maurice Leblanc a Sherlock Holmes. Alguma chance de uma participação do famoso detetive na série? Existe uma grande rivalidade entre os dois personagens. Nos livros ele se chama Herlock Sholmes, parece que a editora do Sherlock não gostou e ele fez esse nome como uma paródia. A única maneira de introduzi-lo na série seria uma pessoa que haja inspirada no Herlock, assim como Arsene se inspira em Lupin. Seria um encontro de fã contra fã. Não há planos concretos para isso, mas quem sabe.

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