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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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David Chase fala a VEJA: “Nenhum canal queria a ‘Família Soprano'”

No aniversário de 25 da série que mudou a televisão, seu criador conta como tirou a produção do papel

Por Amanda Capuano 10 jan 2024, 16h43

Nesta quarta-feira, 10, completam-se 25 anos que a série Família Soprano chegou à HBO, mudando de forma significativa a maneira como os programas televisivos são feitos. Até então, violência explícita e maldades como assassinatos e disputas entre mafiosos eram raridade nas telinhas, que seguiam uma fórmula rígida para agradar o público e os investidores da indústria, com pouca liberdade criativa. Como parte das comemorações do aniversário da série, o criador David Chase conversou com a VEJA sobre a produção. Confira a seguir:

Família Soprano está completando 25 anos, e muitos nomes da indústria dizem que a série mudou como a televisão é feita. O senhor já trabalhava no ramo antes da série, desde os anos 1970. O que era diferente naquela época? Era uma indústria sustentada por propaganda. Ganhava-se dinheiro com comerciais, e os anunciantes tinham muito a dizer sobre o conteúdo que estávamos produzindo. Vender produtos para pessoas é completamente diferente de fazer arte. Então os anunciantes tinham muito a dizer, mesmo que não diretamente. O pensamento predominante era ser avesso ao risco, e isso é muito ruim para a arte.

Cartaz da sexta temporada da série ‘Família Soprano’ na HBO
Cartaz da sexta temporada da série ‘Família Soprano’ na HBO (HBO/Divulgação)

E como a ideia de Família Soprano foi recebida nesse cenário? Havia apenas quatro emissoras, e todas elas disseram não. Nenhum canal queria a Família Soprano. Algumas rejeitaram duas vezes. Eu não encontrava uma casa para a série. A HBO era um modelo de negócios de assinatura, que não dependia de publicidade, então eles puderam ampliar a liberdade artística, porque eles não teriam  a marca de cereais Kellogg’s ou a Chevrolet dizendo o que eles podiam fazer. Eles me deram total liberdade criativa.

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Por que a história era importante pra você? Eu amo filmes de máfia. O Poderosos Chefão, Scorsese. Mesmo antes disso, eu adorava filmes de máfia. Mas começou como uma tentativa de sustentar minha família e conseguir colocar algo na televisão. Mas fiquei feliz porque era algo que eu realmente gostava. Antes disso não tinha como ter um programa sobre uma família de mafiosos na televisão. Mas eu não sabia que iria acabar na HBO e nunca imaginei que teria essa liberdade criativa.

Soube que o senhor não assiste muita televisão. O que gosta de ver? Eu não sei se é um streaming ou uma emissora, mas gosta de assistir ao canal Criterion, que tem filmes de todos os lugares do mundo, de todas as épocas, cineastas e gêneros. Não vejo tantos filmes de Hollywood, só alguns antigos das décadas de 20, 30, 40 e 50, mas para por aí. Vejo também alguns filmes contemporâneos independentes, de várias partes do mundo.

Se dizia muito que a televisão era um veículo de “segunda classe” para contar histórias quando comparado ao cinema. Acha que isso mudou com o passar dos anos? Acho que sim, mas fiquei sabendo que está havendo uma regressão nesse sentido. Dizem que o streaming mudou as coisas, mas não tenho muito contato com isso. O que ouvi é que as mudanças não são boas. Uma pena

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