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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Alanis Guillen revela qual final daria para Juma em ‘Pantanal’: ‘Livre’

Em entrevista a VEJA, atriz de 24 anos gostaria que Juma pudesse viver um amor sem amarras na tapera em que vive na novela das 9 da Globo

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 jul 2022, 11h00

Estrela do remake de Pantanal, Alanis Guillen revela a VEJA o desfecho que escreveria para a Juma Marruá, personagem interpretada por ela na novela das 9 da Globo. Com a missão de assumir o papel eternizado por Cristiana Oliveira na versão original exibida pela Manchete em 1990, a atriz surpreende ao incorporar com maestria a mulher que vira onça no horário nobre da Globo. Além de enaltecer a força da filha de Maria Marruá (Juliana Paes), Alanis também reflete sobre a fluidez do par romântico Jove, vivido por Jesuíta Barbosa, que foge do estereótipo do galã fortão e másculo para dar lugar a um protagonista mais sensível e quase implacável.

Confira a entrevista:

Como está sendo essa experiência de viver uma protagonista tão importante? Fazer essa personagem em uma obra tão expressiva e tão potente, tanto para época, como para agora, tem sido um desafio maravilhoso pessoal e profissional no dia a dia. Mesmo que a gente esteja recontando uma história que todo mundo já conhece e vê-los nos olhos e no coração das pessoas está sendo um grande presente é uma alegria imensa para mim como artista e no geral. São dois desafios prazerosos e potentes.

Eu sei que você não tem Twitter, mas por acaso acompanha a repercussão sobre a novela por lá de alguma forma? Uma amiga me manda vários prints e muitos memes todos os dias. A gente tem um grupo do elenco da novela e ficamos trocando as notícias que saem nos jornais e na internet, a interação do público, que no Twitter é sempre muito expressiva. A Dira [Paes] fica sempre [com o celular na mão], quando conseguimos assistir juntos aqui, vendo a reação em tempo real. Acontece um respiro, e o Twitter já tá ali falando, comentando e viralizando. Então, a gente tá encontrando formas de acompanhar. Mesmo eu não tendo perfil no Twitter, eu tenho encontrado formas de estar a par dessa interação.

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O que você acha que a Juma representa para além da novela, qual é a mensagem que ela passa para o público? A Juma é uma expressão da mulher que se respeita, respeita a sua intuição, que é conectada com a sua verdade. Ela preza por sua natureza selvagem, e selvagem melhor sentido da palavra, de ser essa mulher que não foi moldada ainda pela sociedade, pela construção social padrão. Então, ela representa essa mulher ativa, forte, como a força da natureza. É uma uma personagem muito revolucionária por estar sempre de acordo com as vontades e aos quereres dela. Mesmo mudando, às vezes, de ideias e de conceitos, ela sempre se ouve muito primeiro, para depois decidir se muda. Acho que essa é essa figura ilustrada todas as noites. Para o Brasil é muito forte essa figura de libertação de todas as correntes que tentam nos colocar, de tentarem nos domesticar.

Como você enxerga o sucesso que tem feito com o público por causa da Juma? É bom demais, porque foi uma responsabilidade muito grande, né? Pegar uma personagem tão expressiva, que foi brilhantemente feita pela Cristiana Oliveira. E um público que estava apegado àquela história, que está na memória afetiva de muita gente. Não era nem questão de ser boa ou não, era uma coisa de que muita gente assistiu a primeira versão. Ver o retorno do público com a Juma faz o meu coração cantar, porque eu recebi uma grande minha missão e ver que essa missão está sendo cumprida é ótimo. Eu tenho me divertido muito com a Juma, eu durmo e acordo com ela, tenho me descoberto muito nesse processo, nessa vivência com ela, e ver como público tá sentindo isso, sentindo essa minha entrega, porque eu realmente entreguei meu corpo, minha alma. Ver como o público está interagindo com isso, eu não tenho nem palavras. É muita gratidão. E ainda tem trabalho, né? Isso me mantém na disciplina de estar com ela, de entregar a Juma até o último dia de gravação. Me instiga muito, me dá força, me dá tesão, me dá fôlego. É bom ver que cada lágrima e cada suor está valendo a pena.

Você acredita que Pantanal é uma novela feita para viralizar, principalmente por causa do discursos dessa nova roupagem que o Bruno Luperi dá à história de Benedito Ruy Barbosa? Se ela é feita para viralizar, eu não sei. É uma obra do Benedito e é uma obra atemporal. O Bruno só atualizou para os discursos e para o momento atual, então, é inevitável. A novela está viralizando por ela ser tão impactante e tão primorosa como ela sempre foi, uma dramaturgia muito bem escrita, muito bem aprofundada, personagens construídos de uma forma bem feita. A gente fala de uma obra que conta de relações familiares, interpessoais. Sinto cada vez mais como é uma obra que ela tem gerado uma catarse tão íntima por isso, porque ela conta coisas que a gente sente, vive, os personagens expressam o que a gente sente na vida. É uma obra de muita sensibilidade e por ser feita em um lugar tão característico como o Pantanal, essas relações familiares abrangem todo mundo. Ela viraliza por mostrar as famílias como são, sem muitas elaborações. É mais pela simplicidade das emoções humanas, puras.

Você escreveria um novo final para a Juma diferente do original? Já imaginou um final alternativo para ela? Olha, que pergunta! Acho que eu jamais mexeria na obra de outra pessoa. Mas também acho que talvez eu escreveria uma outra história. Eu, Alanis, me apeguei muito à tapera da Juma. Eu entendo essa luta que ela tem por esse chão com a marca dos antepassados dela e para mim é muito forte essa vontade dela de ficar ali. Eu gostaria muito que ela vivesse ali, criasse os filhos ali, caçando junto com as crianças. Sem ficar vendendo os bois, continuaria deixando eles serem Marruás. O final dela seria ter o amor como um pássaro, tem que ser livre. Apesar de ela ser bem possessiva, né? Foi como ela aprendeu. Para ela, o amor é como um pássaro que deve ser livre. Acho que apesar de ela ser bem teimosa, eu gostaria que ela se libertasse no sentido de “eu amo ele, ele vem me visitar quando der e a gente vive a gente vive nessa maleabilidade dessa relação, desse amor livre”. Eu gostaria muito que essa tapera e essa vida Marruá continuasse forte, preservando essa raiz de que ninguém polui mais aquele pedacinho de terra dela, ninguém corrompe essa natureza primitiva.

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Temos visto muito o clima descontraído nos bastidores. Tem alguma curiosidade que você pode compartilhar com a gente? É até surpreendente. Eu gostava muito de observar muito como cada ator, cada artista, tem um um universo, uma individualidade, tem uma característica forte, são personalidades fortes e a gente vai descobrindo aqui juntos que é muito gostoso ver como, apesar das diferenças, a gente respeita muitas essas diferenças e encontrou um lugar de comunhão muito legal assim.

O que você acha do Jove ser essa coisa um tanto “esquerdomacho”? Eu acho que estamos atentos; o público está atento. Não só a essa questão da novela, porque, apesar de ser uma obra incrível, ela traz muitos resquícios de uma sociedade patriarcal, de uma construção cultural e social. Eu acho que é importante a gente ter obras assim, importante ver a resposta do público. É que eu estou tão envolvida aqui que tem coisas que eu só discuto quando eu consigo ver a novela. Eu acho importante ver o público atento a tudo isso, porque eu sou público também, mas a minha opinião particular em referente a isso é que a Juma é pura, ela não tem referência. Quando ela sente que está acontecendo uma coisa que vai contra a vontade dela, ela responde na hora. Para ela não tem choro nem vela, ela rebate: “Tá ruim, Joventino? Se tá ruim, vai embora! Segue teu caminho”. Ela peita e isso é interessante de ver. Ela não elabora demais, ela só reage. E isso eu acho bom.

Jesuíta Barbosa e Alanis Guillen em cena de Pantanal
Jove (Jesuíta Barbosa) e Juma (Alanis Guillen) em cena de Pantanal (João Miguel Júnior/TV Globo)
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