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DILMA, A BIRUTA. OU “A CANDIDATA ZELIG”

Ninguém é mais biruta de aeroporto do que Dilma Rousseff, a pré-candidata do PT à Presidência. Agora ela decidiu vestir o figurino da boa legalista conservadora, contrariando o que dizia até outro dia. Leiam o que vai abaixo. Volto em seguida para lembrar a Dilma o que ela realmente pensa. Por Graciliano Rocha, na Folha […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h19 - Publicado em 12 Maio 2010, 15h58

Ninguém é mais biruta de aeroporto do que Dilma Rousseff, a pré-candidata do PT à Presidência. Agora ela decidiu vestir o figurino da boa legalista conservadora, contrariando o que dizia até outro dia. Leiam o que vai abaixo. Volto em seguida para lembrar a Dilma o que ela realmente pensa.

Por Graciliano Rocha, na Folha Online:
A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse hoje que o aborto é “uma violência” e que “nenhuma mulher defende”. “Ninguém fala: ‘quero fazer um aborto’”, disse ela.

Dilma disse que “o governo não tem que ser a favor ou contra o aborto, e sim a favor de políticas públicas”. Ela afirmou que o Estado tem que oferecer políticas públicas que garantam a realização de abortos em casos em que a legislação brasileira já o prevê, como em gravidez decorrente de estupro ou quando há risco para a mãe.

“Não é possível deixar que mulheres das classes populares utilizem métodos medievais como agulhas de crochê, tricô ou chás absurdos [para fazer um aborto]”, disse a ex-ministra.

Em entrevista hoje pela manhã para o programa de entrevista “Painel RBS”, transmitido pela Rede RBS para todo o Rio Grande do Sul, a pré-candidata criticou as invasões de terra promovidas por movimentos sociais.

“Não concordo com nenhuma prática ilegal. Movimento é movimento e governo é governo. A parte que cabe ao governo é zelar pela ordem pública”, disse.

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Ela afirmou também que não concorda com a invasão de prédios públicos ou impedimento de funcionários. “Isso não significa que não nos dispomos a negociar e a dialogar. Agora, não se dialoga em ilegalidade.”

Comento
Vamos pela ordem:
1: À diferença do que diz, Dilma já defendeu a legalização do aborto, sim, senhores! Leiam declaração sua em entrevista à revista Marie Claire:
“Abortar não é fácil para mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização.”

2: O que vai acima é muito diferente do que ela diz agora, na boca da urna. O estado já é obrigado a realizar o aborto nos casos previstos em lei, a saber: estupro e risco de morte da mãe. Tanto Dilma quer a legalização que o Programa Nacional-Socialista dos Direitos traz a descriminação como uma de suas bandeiras. O texto deve ser mudado porque amplos setores da sociedade o rejeitaram. O decreto passou pela Casa Civil — e, pois, pelas mãos de Dilma. Agora, em busca de votos, finge pensar outra coisa.

3: Em outubro do ano passado, quando o MST invadiu e depredou uma fazenda da Cutrale, em vez da censura inequívoca à bandidagem, o que disse a então ministra da Casa Civil? Isto:
“Não vamos ser complacentes com qualquer ato ilegal. Mas também não vamos ser conservadores a ponto de tratar os movimentos sociais como caso de polícia.”
Ninguém queria tratar “movimento social como caso de polícia”, mas tratar CASO DE POLÍCIA COMO CASO DE POLÍCIA.

4: O governo que Dilma Rousseff representa negocia com os promotores da ilegalidade, sim. Tanto é que não aplica as leis que coíbem as invasões de terra. Ao deixar de aplicá-las, aumentou brutalmente o número de invasões. São os milagres da era Lula: quanto mais se assentam famílias, mais crescem as invasões.

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5: Cumpre lembrar mais uma vez o Plano Nacional-Socialista de Direitos Humanos, pelo qual é uma das responsáveis. O texto torna o invasor de terra um dos “lados” da negociação e cria embaraços para o juiz conceder uma liminar de reintegração de posse. O governo diz que vai mudar. Vamos ver.

Dilma também já mudou em relação à política de juros — na verdade, à política econômica. De crítica azeda do Banco Central, passou a ser sua defensora incondicional. Aliás, ela fez parte do grupo que tentou derrubar Antonio Palocci, que agora é seu embaixador junto ao capital, sobretudo o financeiro.

Também mudou em relação à Lei da Anistia. Integrou o trio revanchista, ao lado de Tarso Genro e Paulo Vannuchi, que queria dar nova interpretação ao texto. Tão logo o Supremo deu um chega prá-lá no revanchismo, mudou de idéia:
“Eu não sou a favor de revanchismo de nenhuma forma. Do ponto de vista da decisão do Supremo, decidiu, decidido está”.

O que será que Dilma vai pensar amanhã? Depende de quantos votos ela vai precisar.

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