Sob pressão do governo Lula, CPI da Braskem adia escolha de relator
Planalto não quer que Renan Calheiros assuma o posto, e Omar Aziz chama integrantes para novo encontro da comissão às 16h
Sob pressão do governo Lula para que Renan Calheiros (MDB) não seja o relator da CPI da Braskem, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), adiou a reunião que seria às 10h desta quarta-feira para as 16h.
Em conversa reservada entre alguns integrantes do colegiado nesta manhã, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o líder do PSD na Casa, Otto Alencar (BA), insistiram que a condução do inquérito parlamentar não deve ser “estadualizada”.
Há um contexto de rivalidade regional entre o grupo político de Calheiros e o de Arthur Lira (PP) como pano de fundo para a criação da CPI, que inicia os trabalhos em ano de eleições municipais – e pode, portanto, dificultar a articulação do governo Lula na Câmara.
Alencar sugeriu, em dado momento, o nome de Rogério Carvalho (PT-SE) para a relatoria, mas ninguém bateu o martelo.
O Radar apurou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), telefonou mais de uma vez para Aziz, inclusive nesta quarta, para lembrá-lo que o acordo político que o alçou ao comando da CPI reservava também o posto de relator a Calheiros.
Tanto Wagner quanto Alencar dizem, privadamente, temer que a investigação sobre a tragédia ambiental provocada pela mineração de sal-gema da Braskem em Maceió (AL) respingue negativamente na Novonor (ex-Odebrecht), controladora da petroquímica que tem sede na Bahia.
Participaram da reunião fechada mais cedo Aziz, Calheiros, Wagner, Alencar, Rogério Carvalho, Dr. Hiran (PP-RR), Rodrigo Cunha (Podemos-AL), Jorge Kajuru (PSB-GO), Fabiano Contarato (PT-ES) e Fernando Farias (MDB-AL).