Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Com piadas e provocações, Lula tenta intermediar rixa entre Lira e Renan

Presidente faz troça e acenos duplos em busca de evitar que desgaste entre os alagoanos afete o governo

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 jan 2024, 11h45

Desde o início de seu mandato, Lula reservou por diversas vezes a agenda presidencial para tentar arbitrar a rivalidade entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), históricos adversários políticos de Alagoas.

A dupla tem protagonizado uma série de embates que respingam no governo, o que forçou o presidente a tentar um cessar-fogo.

As ferramentas utilizadas pelo presidente chamam atenção. Inicialmente, Lula recebeu os adversários separadamente e disparou telefonemas. Em maio, ouviu de Arthur Lira que não ia mais aceitar ser desrespeitado por Renan – e que iria partir para cima dele. Desde então, a seu modo debochado, o presidente tenta jogar água na fervura fazendo troça da relação. “E o Renan, hein? Aquele filho da…”.

Já diante do senador e outros congressistas, o presidente relatou as lamúrias do chefe da Câmara, que acusava Renan de estar por trás de operação da Polícia Federal contra um assessor, e que havia indicado ao deputado que, assim como ele o fez durante a Lava-Jato, enfrentasse as acusações. Renan vibrou com a resposta do petista.

Em junho, Lula viajou com o primogênito de Calheiros e ministro dos Transportes, Renan Filho, para um evento na Bahia. Diante de apoiadores, fez questão de elogiar a atuação do alagoano e dizer que ele, em cinco meses de governo, investiu mais em estradas do que o governo de Jair Bolsonaro ao longo de um ano inteiro.

Continua após a publicidade

Ao mesmo tempo, trocou telefonemas com o presidente da Câmara em um tom amigável. Os dois chegaram a fazer troça do conflito. “O senhor me leva na próxima viagem?”, disse Arthur Lira ao presidente. “Levo. O senhor fica de um lado e o Renan do outro”, ironizou o petista.

Lira e Renan à mesa

Em dezembro, num esforço ainda maior, Lula colocou Lira e Renan frente a frente, ao lado de outros políticos alagoanos, para discutir a instalação da CPI da Braskem, criada para apurar a responsabilidade da empresa no desastre ambiental de Maceió que afetou 200 mil pessoas. A dupla não se sentava para conversar havia mais de quatro anos, tamanha a animosidade entre os dois.

Após ele próprio arbitrar a disputa, Lula invocou “o meu amigo” Emílio Odebrecht para pedir cautela nas apurações da comissão. Emílio é herdeiro da Odebrecht, empreiteira que foi rebatizada de Novonor após ser pilhada na Lava-Jato e que é acionista majoritária da Braskem. Até o momento, e apesar de todo o esforço do presidente – e de seu amigo -, não há nenhum sinal de trégua.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.