Plataforma de Lula para mulheres calibra propostas sobre aborto
Petista vai debater com mulheres de todas as regiões do país a formulação do plano de campanha
Depois de sofrer desgaste político por ter tratado abertamente do aborto num evento de pré-campanha há alguns meses, Lula encontrou uma forma menos explícita de tratar do tema no programa de políticas públicas para as mulheres.
ATUALIZAÇÃO: Ao Radar, a assessoria do pré-candidato petista informou que a informação está errada. O evento “Mulheres com Lula”, apesar do nome, e do anúncio de que se trata de uma “construção coletiva do programa de governo de Lula para as mulheres do Brasil” não tem ligação com o programa do pré-candidato e as propostas não fazem parte dos documentos já discutidos pela cúpula petista.
O partido, como mostrou o Radar mais cedo, vai começar a discutir com o eleitorado feminino nas cinco regiões do país uma plataforma para um eventual governo petista. A pré-campanha de Lula definiu seis eixos para orientar o debate das mulheres pelo país:
1) Viver sem violência: um direito de todas as mulheres
2) Trabalho-igualdade e autonomia econômica
3) Saúde integral de todas as mulheres, garantindo os direitos sexuais e os direitos reprodutivos
4) Política Integrada de Cuidados
5) Educação não sexista e Cultura para a Igualdade
6) Desenvolvimento Sustentável – promover a democratização e a igualdade nos territórios
As políticas de direitos reprodutivos, como se sabe, tratam de questões importantes como o “direito da mulher de decidir livremente a respeito de questões sobre a própria saúde, sexualidade e reprodução”.
“O Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres de tomarem suas próprias decisões em assuntos que afetam o seu corpo e a sua saúde; direito de decidirem livremente sobre todas as questões referentes à sua sexualidade e a reprodução para estabelecer relações afetivas e sexuais livres de coação, discriminação e violência”, diz o programa de Lula.
Diretamente sobre o aborto, o programa de Lula fala em “garantir a assistência obrigatória, na rede pública de saúde, para os casos de aborto previstos em lei”.