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O retorno de Bolsonaro ao Planalto depois de 20 dias recluso no Alvorada

A última vez que o presidente tinha ido à sede do governo federal foi no último dia 3, para um rápido encontro com Geraldo Alckmin

Por Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 nov 2022, 13h31 - Publicado em 23 nov 2022, 10h26

O presidente Jair Bolsonaro chegou na manhã desta quarta-feira ao Palácio do Planalto. A informação, absolutamente trivial em condições normais, nem sequer seria digna de nota se esta não fosse a primeira vez que o mandatário pisa na sede do governo federal em 20 dias. E mais: esta é apenas a terceira vez que Bolsonaro vai ao Planalto depois de ser derrotado por Lula nas urnas, no dia 30 de outubro.

Recluso no Palácio da Alvorada após as eleições, o presidente foi ao seu gabinete pela última vez em uma passagem-relâmpago para cumprimentar por alguns minutos o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, fora da agenda oficial, no dia 3. Desde então, ele vinha recebendo ministros e aliados esporadicamente na residência oficial.

A oficial agenda do presidente registra apenas um compromisso no Planalto nesta quarta, uma reunião de 30 minutos, das 11h30 ao meio-dia, com o ex-ministro do Desenvolvimento Regional e senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) — que inicialmente deveria ocorrer no Alvorada.

Coincidência ou não, o retorno ocorre um dia depois de ele e o PL pedirem ao TSE a anulação de urnas eletrônicas utilizadas nas eleições deste ano, mas apenas no segundo turno. A investida golpista, que teve uma resposta-relâmpago do ministro Alexandre de Moraes, serviu para mobilizar a base bolsonarista.

Interlocutores de Bolsonaro têm relatado que ele alega estar com várias feridas nas pernas, causada por uma erisipela — um doloroso processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. Mas, até o momento, a Presidência não divulgou nenhuma informação oficial sobre a suposta condição médica do presidente.

Depois de passar quase 45 horas em silêncio sobre o resultado das eleições, ele fez um pronunciamento de apenas dois minutos no Alvorada. No dia seguinte, ele divulgou um vídeo nas redes sociais em que pediu o fim dos bloqueios nas estradas pelo país no qual disse entender que os manifestantes estão “tristes e chateados” com a sua derrota. “Por favor, não pensem mal de mim. Eu quero o bem de vocês”, declarou, na ocasião.

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