VEJA Mercado | Fechamento | 9 de dezembro.
A euforia das últimas sessões da bolsa de valores deu espaço à cautela. A ata da última reunião do Copom indicou que o Banco Central deve manter o atual ritmo de ajuste na Selic em 1,5 ponto percentual na próxima reunião do conselho, em fevereiro de 2022. O mercado esperava um relaxamento nessa postura em função do PIB negativo, da recessão técnica e da redução no consumo — que poderiam arrefecer os preços ao consumidor –, mas o Banco Central deve manter o cinto apertado para conter a inflação, sobretudo após os comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a inflação é responsabilidade da equipe chefiada por Roberto Campos Neto, presidente do BC. Em resposta a isso tudo, o Ibovespa fechou em queda de 1,67%, a 106.295 pontos.
O cenário de alta de juros além do que se esperava atinge em cheio as varejistas e construtoras, pois a tomada de crédito e de financiamentos fica menos atrativa para os consumidores. Magazine Luiza e Eztec fecharam em quedas de 7,3% e 5,1%, respectivamente. Desta vez, até os bancos sentiram o baque, mesmo que um eventual cenário de juros mais elevados seja positivo para essas instituições. “Temos ao mesmo tempo a alta dos juros e um cenário de desaceleração econômica. O baixo crescimento provoca uma menor tomada de crédito, diminui os gastos, o consumo e, por consequência, o número e a demanda por movimentações e operações financeiras”, avalia Armstrong Hashimoto, sócio e operador de mesa de renda variável da Venice Investimentos. Itaú e Bradesco recuaram 2,9% e 2,5%, respectivamente. Importante lembrar que o IPO do Nubank fez a fintech ultrapassar os “bancões” em valor de mercado, e a estreia da companhia na bolsa de Nova Iorque já acumula uma valorização de 15% nas ações.
Poucos papéis negociaram no campo positivo. A maior alta do dia foi registrada pela Gol, que subiu 4,8% diante do menor temor do mercado com a variante ômicron do coronavírus. A CSN fechou em alta de 1,2%, puxada pelo cenário positivo para o minério de ferro projetado pelo banco americano Morgan Stanley. O dólar voltou a subir. A moeda americana fechou em alta de 0,70%, a 5,573 reais.
Leia mais em: Morgan Stanley ajuda a bombar as ações da CSN