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Paulo Cezar Caju

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O papo reto do craque que joga contra o lugar-comum
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Retrospectiva do Caju: treinadores são destaque, para o bem e para o mal

Jorge Jesus chacoalhou o Brasil e abriu portas, mas se mandou. Fernando Diniz é a grata surpresa, enquanto Rogério Ceni ainda não disse a que veio

Por Paulo Cezar Caju Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 dez 2020, 17h19

Chegou o momento da retrospectiva do Caju! O problema será listar os bons momentos em um ano para ser apagado de nossas memórias. O clímax de 2020, sem dúvida, foi o furacão Jorge Jesus. Sua passagem relâmpago pelo Flamengo deu uma chacoalhada no arrastado futebol brasileiro. Causou uma ciumeira tremenda e abriu o mercado para outros portugueses tentarem a sorte por aqui. Josualdo passou pelo Santos e logo viu que não é assim que a banda toca. Hoje, Ricardo Sa Pinto, no Vasco, está quase pulando fora da banda. E o do Palmeiras ainda não emplacou.

Jorge Jesus deu uma liga danada e Rogério Ceni chegou ao fim de 2020 sem dizer a que veio. Uma pena, torço por ele. Fernando Diniz, mesmo perdendo alguns títulos, conseguiu ser o grande destaque do ano para mim. E falo isso porque ele, mesmo não tendo o reconhecimento da mídia, sendo massacrado regularmente, manteve seu estilo de jogo e o São Paulo, hoje, é o time mais gostoso de se ver jogar. Sem falar em Brenner, uma grata revelação, a maior de 2020.

Meu Botafogo começou ruim e terminou pior, assim como o Vasco. Fluminense e Inter, dois elencos fracos, chegaram longe demais. O VAR é o mico do ano, assim como o vocabulário dos comentaristas do novo normal: último terço, tomada de decisão, beirinha, atacar a bola, quebrar a bola e um monte de expressões que conseguem piorar ainda mais o futebol. Comentaristas que nunca chutaram uma bola e só soltaram pipa no ventilador. Chuparam laranja com quem?

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Outro mico foi a dança das cadeiras dos técnicos da Segunda Divisão, uma palhaçada. E pela Segundona podemos perceber que estamos fritos, nenhuma novidade e os dois primeiros colocados, Chapecoense e América Mineiro jogando por uma bola, retranca na veia. Apostei em Thales Magno, do Vasco, e quebrei a cara, bacana ver Nenê ainda jogando com qualidade, legal ver Thiago Galhardo encontrando a posição, ruim demais ver Roger Machado sem clube, ótimo ver os clubes do Nordeste apostando em administrações profissionais, duro ainda sermos dominados pela filosofia da escola gaúcha e pior ainda ver uma seleção brasileira que não nos encante.

Fim de ano melancólico, com o Flamengo descendo de nível e se equivalendo a Palmeiras, São Paulo, Inter, Grêmio. E para piorar o comentarista ainda lembra que o Mengão não marca um gol de falta há dois anos. O Mengão do Galinho de Quintino, que colocava a bola onde a coruja dorme. Peraí, eu também fiz muitos de falta. Mas vai aparecer alguém dizendo que hoje os goleiros são maiores, que é mais difícil, baboseiras que vamos escutar ao longo de 2021 porque sempre tem alguém para cornetar.

Com esses, dá vontade de fazer como os árbitros tem feito com os jogadores que demoram a sair de campo na hora da substituição: dar uma empurrãozinho de leve. Nesse fim de ano, perdoo todos que me xingaram nas redes sociais e agradeço aos que entenderam meus pontos de vista. E torço para que 2021 seja uma imensa Geral, todos juntos e misturados, respeitando-se independentemente das cores, dos credos e posicionamento político. Clamamos por um 2021 com mais Gerais em nossos corações!

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