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Compositor Luiz Galvão, fundador dos Novos Baianos, morre aos 87 anos

Autor de clássicos como 'Acabou Chorare' e 'Preta Pretinha', ele ajudou a revolucionar a música brasileira ao misturar bossa nova com rock e baião

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 out 2022, 10h12

O músico, compositor e poeta Luiz Galvão, de 87 anos, um dos fundadores do grupo Novos Baianos e seu principal letrista, morreu na noite deste sábado, 22, em São Paulo. Ele estava internado desde o dia 16 de setembro, quando deu entrada na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Nos dias que se seguiram, o músico foi transferido para o Incor (Instituto do Coração), após sofrer um infarto. Na ocasião, os familiares inciaram uma campanha para arrecadar dinheiro para ajudar o músico, que passava por dificuldades financeiras. A causa da morte não foi divulgada, mas Galvão era diabético, cardiopata e já enfrentava sequelas de outro infarto, sofrido em 2017. Ainda não há informações sobre o horário do velório e o enterro, mas a família já divulgou que ele será enterrado com a camisa do Vasco da Gama, seu time de coração. Em suas redes sociais, os familiares postaram uma foto de Galvão ao lado do colega de banda Moraes Moreira, que morreu em 2020, com a legenda: “precisamos de uma bandeira do Vasco, onde encontrar em São Paulo”.

Luiz Dias Galvão nasceu em Juazeiro, no norte da Bahia, em 22 de julho de 1937. Formado em agronomia, deixou a atividade de lado para seguir sua outra paixão, a música. Conheceu João Gilberto na adolescência, em Juazeiro, terra natal também do criador da Bossa Nova. Anos mais tarde, essa amizade floresceria em uma inusitada visita do músico aos integrantes dos Novos Baianos – que resultaria no álbum Acabou Chorare.

Antes disso, porém, Galvão conheceu em Salvador os músicos que, mais tarde, formariam os Novos Baianos: Paulinho Boca de Cantor, Moraes Moreira, Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Jorge Gomes, Dadi, Charles Negrita, Baixinho, Bola Morais e Gato Félix. Logo depois da gravação do primeiro álbum, É Ferro na Boneca, em 1970, o grupo se mudaria para um sítio em Jacarepaguá, com todos os integrantes vivendo juntos, seguindo a cultura hippie da época. Foi mais ou menos nessa época, em 1972, que João Gilberto visitou a banda. Como resultado, o álbum Acabou Chorare (frase cunhada pela filha de João, Bebel Gilberto, que era criança na época e ainda estava aprendendo a falar) revolucionou a música brasileira ao misturar samba, rock, bossa nova, frevo, choro e baião.

Nesse período fértil de composições, Galvão escreveu Acabou Chorare, Mistério do Planeta, A Menina Dança, Preta Pretinha e Besta é Tu, entre muitas outras – sendo que a maioria delas foram musicadas por Moraes Moreira.

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Nas redes sociais a morte foi lamentada pelos colegas dos Novos Baianos e por outros músicos. “Imortalizado na arte por suas letras maravilhosas, sua identidade poética e seu estilo inconfundível em tantas músicas, Galvão, não apenas escreveu letras maravilhosas, mas escreveu uma das mais importantes páginas da nossa música brasileira: com o disco Acabou Chorare“, escreveu Baby do Brasil. “Ele, que tão carinhosamente escreveu A Menina Dança para mim, e letras para Moraes, Paulinho e Pepeu, lutou bravamente nos últimos sete anos de sua vida, com problemas de saúde e, agora está como um filho nos braços do Pai”, completou a cantora.

Caetano Veloso também se manifestou nas redes. “Galvão criou e liderou o grupo Novos Baianos, acontecimento que se coloca entre os que mudaram o rumo da história do Brasil. Sendo de Juazeiro, atraiu João Gilberto para a casa coletiva em que viviam os membros do grupo. E isso definiu o caminho rico que se pode resumir no álbum Acabou Chorare mas que se desdobrou em muito mais. Vamos sentir saudade dele”.

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