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O Som e a Fúria

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A razão de não ter música de Elvis no filme sobre Priscila Presley

Entenda como a diretora Sofia Copolla contornou a proibição de usar canções do rei do rock na cinebiografia de sua ex-mulher

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 18h23 - Publicado em 20 dez 2023, 11h00

A explosão de cores e sons que Baz Luhrmann imprimiu no filme musical Elvis, lançado ano passado, não seria a mesma se as canções não fossem embaladas pelas icônicas faixas do biografado. A filha e única herdeira do artista, Lisa Marie, morta em 12 de janeiro deste ano, aos 54 anos, não só liberou todas as faixas, como incentivou que versões mais modernas das canções do pai fossem criadas por artistas atuais para deixar a obra ainda dinâmica. Na telona, Elvis foi representado de maneira deslumbrante, como um verdadeiro ídolo do rock, como de fato ele foi. Um ano depois, agora sob a batuta de Sofia Coppola, chega aos cinemas Priscilla, cinebiografia da ex-mulher do músico, mãe de Lisa Marie. A obra, muito mais singela, sem os arroubos espalhafatosos de Luhrmann, mostra o outro lado da história e chama a atenção por um detalhe nem tão pequeno assim: não há absolutamente nenhuma música de Elvis na trilha sonora.

A razão oficial faz sentido: não se trata de um filme sobre Elvis Presley e, sim, sobre sua esposa, que para os fãs parecia viver um conto de fadas, mas, na realidade, estava presa em uma gaiola dourada. Acontece que Priscilla Presley, hoje aos 78 anos, perdeu a ingerência na obra do ex-marido após se separar dele, sete anos depois do casamento. Quem naturalmente assumiu esse lugar foi Lisa Marie. E a filha não gostou nada de saber que o pai seria retratado nas telas de maneira nada edificante. No filme, o Rei do Rock surge como um homem abusivo, violento e controlador. Lisa, que já tinha um relacionamento não muito bom com a mãe, não permitiu, portanto, que a música do pai fosse usada.

Pode até parecer estranho um filme que tem Elvis como um dos personagens principais não ter nenhuma de suas músicas. O resultado, no entanto, agrada. Sofica Coppola encarou a proibição como um desafio e desenvolveu uma trilha singela e bonita para acompanhar o périplo da garota que ascendeu à realeza da música e conseguiu fugir de lá antes que fosse tarde demais.

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