Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Amadorismo traz o caos (por Gaudêncio Torquato)

O Brasil lidera o ranking mundial de fabricação legislativa

Por Gaudêncio Torquato
Atualizado em 19 abr 2021, 10h32 - Publicado em 18 abr 2021, 11h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • “O Brasil é feito por nós. Está na hora de desatá-los”. A verve do Barão de Itararé cai bem no momento em que o país desaba nessa pandemia que já matou mais de 370 mil pessoas, na média diária de 3.500. Como desatar os nós? Eliminando o amadorismo, a improvisação e a falta de planejamento na administração pública.

    Aqui, a meritocracia é substituída pelas indicações partidárias, grupais e pessoais, inchando estruturas, expandindo a inércia e as teias de interesses escusos. Não por acaso, já tivemos 24 trocas de ministros em 2 anos e 3 meses, 4 só na área da saúde, a par dos cargos sob o tacão da politicagem.

    Vamos ao ponto. O país precisa acabar ou restringir ao máximo os milhares de cargos comissionados, substituindo-os por uma carreira de Estado, imunes às crises políticas, como no parlamentarismo.

    O tal presidencialismo de coalizão submete o Poder Executivo à base parlamentar governista, que indica seus ocupantes com uma visão caolha ou fisiológica e não enxergando as necessidades sociais. O representante eleito se considera dono de um pedaço do poder. Não se sujeita à ordem do mercado nem às leis da livre concorrência, como na iniciativa privada.

    Ora, de uma burocracia comprometida com o mérito são cobrados resultados. O que falta para se fazer isso? Vontade política, liderança da autoridade maior, um pacto para a instalação de uma nova burocracia. Não será fácil.

    Continua após a publicidade

    Maquiavel lembrava que nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de obter êxito ou mais perigoso de manejar do que iniciar uma nova ordem de coisas: “o reformador tem inimigos na velha ordem, que se sentem ameaçados pela perda de privilégios, e defensores tímidos na nova ordem, temerosos que as coisas não deem certo”.

    O sociólogo Alain Touraine prega o aumento da capacidade de intervenção do Estado como forma de atenuar as desigualdades. É um hino à utopia. O Estado tem sido fraco para debelar as mazelas, por isso os governos agem no varejo, limitando-se a agrados e benesses para administrar. Estado forte aqui é sinônimo de autoritarismo, estrutura gigante e ineficiente. Como encolhê-lo? O diagnóstico é conhecido: renovando o Estado, por meio das reformas política, fiscal-tributária (onde você está, Hauly?), educacional, trabalhista (com seu término), etc.

    Sem isso, qualquer reforma fenecerá. O fortalecimento da formação, reciclagem e aperfeiçoamento de recursos humanos deve ser prioridade. Questão de bom senso. Por quê não se aplica? Por assimetria à lógica da organização do poder. Ora, quem dá o tom é a orquestra patrimonialista. O círculo vicioso da política troca figuras e mandos, não o sistema. Mas há brechas para avançar.

    Continua após a publicidade

    Produtividade é o conceito de comando. Menos discurso, mais ação. O Brasil lidera o ranking mundial de fabricação legislativa. Temos milhares de leis federais e decretos-leis, mais de 1,5 milhão de atos normativos e centenas de resoluções da Câmara e do Senado, com validade de lei, além das medidas provisórias. Dá para lembrar o chanceler Bismarck (1862-1890): “se as pessoas soubessem como se fazem as leis e as salsichas”, possivelmente não cumpririam as primeiras nem comeriam as segundas. 

    Gaudêncio Torquato é escritor, jornalista, professor titular da USP e consultor político 

    Leia também:

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.