Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Imagem Blog

Mundialista

Por Vilma Gryzinski Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Se está no mapa, é interessante. Notícias comentadas sobre países, povos e personagens que interessam a participantes curiosos da comunidade global. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Os dados já foram lançados: Biden vai ter que sair, só se ignora a hora

É claro que não existe momento certo para uma decisão tão monumental, mas o Partido Democrata tem pressa para consertar prejuízo

Por Vilma Gryzinski 2 jul 2024, 06h55

Donald Trump está cinco pontos à frente de Joe Biden na mais recente pesquisa – da AtlasIntel, dando 45,5% a 40,3%. Mais devastador ainda: 72% dos americanos, segundo pesquisa da CBS, acham que ele não tem condições de saúde para comandar o país. Isso praticamente dá por encerrada a questão: o partido o forçará a sair, mesmo com a oposição dos mais íntimos e, acima de tudo, da primeira-dama Jill Biden.

Também joga contra Biden a decisão da Suprema Corte endossando a imunidade presidencial em todos os atos oficiais praticados quando estava no poder e revertendo para a primeira instâncias o processo contra Trump sobre a invasão do Congresso. O processo, já sem grandes efeitos sobre o voto, não vai avançar antes da eleição de novembro.

A situação é tão tétrica para os democratas que Trump não está clamando para que o presidente desista, uma vez que, diante do estado de saúde mental constatado por todo o país, Biden seria um candidato mais fácil de vencer.

As tentativas de consertar o desastre do fatídico debate têm sido patéticas e previsíveis. Assessores da Casa Branca disseram que ele estava “resfriado” e teve “uma noite ruim”, uma coisinha episódica. Armaram até um falso comício em que, lendo pelo teleprompter, Biden conseguiu manter o raciocínio e terminar as frases, coisas que evidentemente estão complicadas para ele ao natural.

O deputado James Clyburn, que foi importante para a enorme votação dos eleitores negros em Biden em 2020, empunhou a desculpa mais absurda de todas: “excesso de preparação”, referência à semana inteira que Biden passou na casa de campo dos presidentes, em Camp David, sendo treinado para o debate.

Pois é, preparar-se demais dá curto circuito mental, um mal de vestibulandos.

Continua após a publicidade

MOMENTO ROMANOV

Diante da vertigem profunda que o país sentiu, reverberada pelo resto do mundo, “eles” decidiram que não dá mais.

Eles são os políticos, altos funcionários, milionários doadores de campanhas, comentaristas, editorialistas e acadêmicos que formam o establishment, os detentores do poder do tipo de opinião que muda as coisas.

Considere-se que o Partido Democrata também está levando em consideração ser afundado junto com um presidente senil. O modo como o declínio cognitivo de Biden foi escondido e metodicamente desmentido, apesar de todas as cenas em que ele aparecia perdido, confuso ou até caído no chão, atingiria negativamente os integrantes do partido. Lembrando que em 4 de novembro também haverá eleições legislativas. Não tem nada que chame tanto a atenção de um político quanto a possibilidade de perder eleição.

Biden não quer, sua mulher não quer e a família, reunida durante o fim de semana em Camp David, não quer. De maneira quase surrealista, eles posaram para fotos de Annie Leibowitz durante essa convenção familiar, como já estava programado. Deu uma certa impressão de que pareciam uma versão pensilvaniana dos Romanov.

“Continuaremos a lutar”, disse Jill à revista Vogue, da qual é capa, em outro momento surreal.

Continua após a publicidade

Não adianta, a sorte já foi lançada. Nem os mais hábeis “spinners”, os especialistas em convencer a opinião pública de que seus olhos mentem, conseguirão fazer o país “desver” o que viu na noite do debate.

CAVALO SELADO

O clima na Casa Branca, entre os mais próximos de Biden é de negação da realidade. Ron Klain, seu leal chefe de gabinete, disse que já está preparando o presidente para o segundo debate, em setembro.

O site Axios fez um resumo dos oito passos que a ala dos leais está seguindo.

São eles: desmerecer o pessoal do próprio partido que está “molhando a cama” de pavor, desacreditar as pesquisas que pedem a desistência do presidente, propalar o caos interno e a possibilidade desanimadora de que a impopular vice-presidente Kamala Harris seja a candidata, controlar a dissidência interna, manter os líderes do partido no Congresso sob controle, esfriar a cabeça dos milionários que fazem grandes contribuições de campanha, provar a vitalidade do presidente (mesmo que seja com meios fake) e convencer a opinião pública a ignorar os colunistas que, entre lágrimas, como o lamurioso Tom Friedman, do New York Times, acham que já deu.

Tudo faz sentido e segue o manual político das crises. O problema é que a situação atual é muito mais do que uma crise, enquadrando-se mais na categoria eventos catastróficos.

Continua após a publicidade

Se Biden resistir, abre-se a possibilidade de uma convenção, em 19 de agosto, em Chicago, em aberto para outros candidatos. Os aspirantes, claro, estão vendo o cavalo passar selado e não estão deixando de notar que querem montá-lo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.