Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Mundialista Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Vilma Gryzinski
Se está no mapa, é interessante. Notícias comentadas sobre países, povos e personagens que interessam a participantes curiosos da comunidade global. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Oriente Médio: como acompanhar outro fim de semana de tirar o fôlego

Foi um ataque localizado ou uma escalada que ninguém sabe como termina? A retaliação israelense ainda está em discussão

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 19 abr 2024, 07h57 - Publicado em 19 abr 2024, 07h57

O risco de conflagração generalizada está longe de ser evitado, mas há alguns indícios de que o ataque israelense a alvos militares iranianos na região de Isfahan pode ser relativamente contido.

Algumas considerações para acompanhar o leque de opções que antecipa mais um fim de semana em que o mundo prende a respiração:

1. O objetivo foi “mandar um sinal ao Irã de que Israel pode atacar seu território”, disse o Washington Post. “Sinal”, obviamente, é menos grave de que ataque em larga escala, mas como o Irã vai interpretar a diferença?

2. Talvez desconversando. Não há “planos de retaliação imediata” e a “fonte estrangeira do incidente” não foi confirmada, disse uma autoridade iraniana. Os meios de comunicação oficiais não mencionam Israel.

3. O ministro da Segurança Nacional, o ultranacionalista Itamar Ben Gvir, tuitou uma única palavra :“Frouxo”. Por maior rejeição que suas ideias provoquem, não deixa de ter razão. Transformou Israel “em piada”, reclamou o líder oposicionista Yair Lapid. A “frouxidão” pode ser produto das pressões dos Estados Unidos e outros países que contam para não permitir uma escalada gravíssima.

Continua após a publicidade

4. Um ataque “frouxo” reproduz, de alguma maneira, o fiasco do Irã na semana passada. Metade dos 350 drones e mísseis sofreu panes. Pilotos americanos derrubaram mais de oitenta dos demais atacantes. Israelenses, britânicos e até jordanianos, municiados de informações pela Arábia Saudita e outros árabes do Golfo, fizeram o resto. Presevar essa aliança tácita sem precedentes é do maior interesse de Israel. Da mesma forma, é fortíssima a pressão interna sobre a cúpula israelense de não deixar o Irã “se safar”, nas palavras do porta-voz militar Daniel Hagari.

4. Se pelo menos uma parte dos drones e mísseis tivesse atingindo centros populacionais, as vítimas israelenses seriam centenas ou até milhares. Esta é a lógica inescapável da resposta israelense. Passar uma imagem de vulnerabilidade é tão perigoso como de fato ser vulnerável.

5. “Benjamin Netanyahu fez o que os Estados Unidos, outros líderes do G7 e a ONU advertiram para não fazer”, resumiu o analista Tony Diver no Telegraph. “Provocou uma potência regional hostil e imprevisível, com capacidade nuclear opaca”.

6. Ficam na região de Isfahan, que no passado era mais conhecida pelos requintados tapetes, as instalações nucleares subterrâneas de Natanz, um elemento de alta complicação.

Continua após a publicidade

7. Quem está ganhando? Na semana passada, sem dúvida nenhuma, Joe Biden, ao coordenar uma reação de altíssimo risco que salvou Israel e, ao mesmo tempo, não permitiu um contra-ataque israelense imediato. Numa situação de extrema volatilidade, a dinâmica já mudou. Se o ataque “frouxo” ficar nisso, o Irã poderá cantar vitória.

8. Viram as fotos de habitantes de Gaza aproveitando a praia num dia de calor de 35 graus, jogando vôlei e entrando no mar? Isso também passa a impressão de que Israel “desistiu” do ataque em Rafah.

9. O que nos leva de volta ao problema original: a situação em Gaza continua a ser uma incógnita. O Hamas sofreu perdas enormes, mas seu núcleo permanece relativamente intocado. E, claro, os reféns israelenses continuam no cativeiro.

10. O sonho do Hamas seria uma guerra regional em várias frentes contra Israel. A hipótese não pode ser descartada. Como a guerra de palavras também conta, um representante iraniano disse que “é inteiramente possível uma revisão de nossa doutrina nuclear”. O ataque dessa madrugada acentua os enormes perigos envolvidos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.