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Maioria dos americanos quer muro na fronteira – e Trump sobe em pesquisas

Imigração ilegal e descontrolada é um problema em que Joe Biden tira nota baixa, até seus partidários já perceberam isso

Por Vilma Gryzinski 18 jan 2024, 06h23

Os americanos não aguentam mais e mesmo entre os mais liberais se ergue uma espécie de pedido de socorro: controlem a fronteira com o México, por onde entraram seis milhões de pessoas desde que o presidente Joe Biden assumiu.

Nada surpreendentemente, o apoio a Donald Trump acompanha esse sentimento e até jornais do lado progressista reconhecem que Biden está sendo prejudicado pelo descontrole. “Uma vulnerabilidade de 2024”, disse o New York Times, pisando em ovos.

Mas os números, de diferentes pesquisas, estão lá. Nada menos que 73% dos americanos acham que o problema na fronteira é muito ou bastante sério; 79% querem mais agentes da lei nessa região; 67% são favoráveis à deportação dos imigrantes ilegais e 54% apoiam a construção do muro que Trump, na verdade, não fez.

Mesmo assim, no total, 53% acham que Trump está mais capacitado a lidar com o problema, contra 41% para Biden. Na média das pesquisas, que obviamente muda todos os dias, Trump aparece com 45,9% e Biden com 44,5%.

VIDA MELHOR

O fenômeno das grandes migrações é mundial e basta estar no governo de um país rico, objetivo final dos pobres, para sofrer um desgaste automático. O presidente Emmanuel Macron mudou de primeiro-ministro na semana passada para aplicar uma legislação mais dura, que agilize os processos de deportação de clandestinos. É isso ou ter que passar a faixa presidencial para Marine Le Pen em 2027.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Rishi Sunak escapou por muito pouco de uma rebelião interna em seu próprio partido, o Conservador. Cerca de 60 parlamentares consideraram branda demais a lei que permitirá – quando todos os recursos se esgotarem, o que significa praticamente nunca – um estranho acordo pelo qual os clandestinos que chegam em botes infláveis seriam transportados para Ruanda, país africano que aceitou as vantagens oferecidas, enquanto seus pedidos de asilo são processados.

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Afegãos e albaneses têm pouco em comum, mas estão entre as nacionalidades que mais desembarcam nas praias inglesas, desfrutando automaticamente de alojamento com refeições e outros benefícios.

A proteção aos que pedem asilo político é uma das grandes conquistas da humanidade, mas entrou em descompasso com uma realidade política, econômica e social em que milhões procuram uma vida melhor mesmo quando não estão sofrendo nenhuma perseguição.

Um dos motivos da aprovação do Brexit foi, justamente, a sensação de que os contribuintes britânicos estavam sendo explorados ao sustentar benefícios para imigrantes ilegais. O acordo com Ruanda, como estação temporária de processamento de clandestinos, soa bizarro, mas 42% dos tolerantes ingleses apoiam a remoção imediata dos ilegais; apenas 27% querem que o sistema atual, de permanência no país enquanto correm os pedidos, seja mantido.

INIMIGO DO SISTEMA

Donald Trump detectou esses sentimentos e o “muro” foi seu grande argumento eleitoral em 2016. Estranhamente, Biden, um político consumado que, aos 81 anos, praticamente nunca fez outra coisa na vida a não ser disputar cargos eletivos, não detectou que essa questão seria uma grande “vulnerabilidade”, na descrição cuidadosa do Times.

Os grandes veículos da mídia estão tentando disfarçar o problema. O apresentador Jake Taper chegou a interromper o discurso de Trump para comemorar a vitória na eleição primária do estado de Iowa. “Vocês podem ouvi-lo repetindo sua retórica anti-imigrantes”, disse ele, sobrepondo a própria voz à de Trump. Na MSNBC, Rachel Maddow disse que nenhuma parte do discurso de vitória seria transmitida porque “nós e outras redes de comunicação paramos de dar um palanque ao vivo e sem filtros” para Trump.

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Censurar o ex-presidente não muda nada na fronteira. Ao contrário, reforça a imagem dele como o inimigo de um sistema que conspira para obrigar o povo americano a aceitar o que não quer, como a imigração ilegal em massa. É uma imagem exagerada, mas com base na realidade – inclusive porque, de fato, grandes veículos endossaram a falsa acusação de que Trump tinha sido ajudado pela Rússia de Vladimir Putin.

Trump tem tantos defeitos que não seria preciso inventar conspirações inexistentes ou cortar seus discursos. Mas é exatamente o que está acontecendo. E, em vez de prejudicado, ele sai favorecido.

“Toda essa conversa negativa sobre o MAGA vai acabar prejudicando a campanha de Biden”, disse o quase oráculo Jamie Dimon, o chefão do JPMorgan, referindo-se as expressões de desprezo usada pelos democratas para os eleitores de Trump. Dimon está com as antenas ligadas no eleitorado que pretende votar em Trump porque “ele estava certo sobre a imigração, fez a economia crescer, a reforma fiscal funcionou”.

Foi péssimo em outras coisas, principalmente no comportamento agressivo e na linguagem sem filtros, mas muitos eleitores estão olhando para as coisas sinalizadas por Dimon.

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