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Desconstruindo a posse de Biden: do discurso até os vestidos, tudo conta

A mistura de festa patriótica e final de campeonato de futebol perde com a ausência de público, mas tem flashes de sinceridade do novo presidente

Por Vilma Gryzinski 21 jan 2021, 08h11
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  • Os americanos sabem como celebrar a si mesmos – uma características das grandes potências. 

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    Até com a ausência de público debitada na conta do coronavírus e o clima de excepcional acidez política, com Donald Trump dando com uma porta metafórica na cara do sucessor, a festa da posse entregou os resultados esperados.

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    No alto dessa lista está a imagem de estabilidade política que uma posse civilizada representa – estabilidade que foi trincada com a invasão do Congresso apenas duas semanas atrás.

    Abaixo, alguns de seus pontos principais, desde as ideias mais pomposas até os pequenos detalhes mundanos que fazem parte da festa.

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    1- O momento em que a voz de Joe Biden quase tremeu foi quando evocou Abraham Lincoln e disse que “toda a minha alma está aqui, nesse dia de janeiro”, com o objetivo de “unir o nosso povo e unir a nossa nação”.

    “Eu sei que falar em unidade pode soar como uma fantasia tola nos dias atuais. Eu sei que as forças que nos dividem são profundas e são reais”.

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    Tradução: unidade é bom, mas os adversários que se preparem. Serão tratados a pão e água, principalmente considerando-se que o novo presidente tem também a Câmara e o Senado na mão.

    2- “A política não tem que ser um incêndio descontrolado que destrói tudo em seu caminho. Cada divergência não precisa ser motivo para uma guerra total e devemos rejeitar a cultura na qual os próprios fatos são manipulados e até fabricados”.

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    Tradução: Donald Trump está no sétimo círculo do inferno da vida sem Twitter nem redes sociais e deve continuar lá.

    3- “Quando olhamos para a frente de nosso modo unicamente americano, inquieto, audaz, otimista, e miramos na nação que sabemos que podemos e devemos ser, agradeço meus antecessores de ambos os partidos. Agradeço do fundo do meu coração”.

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    Tradução: menos todo mundo sabe quem.

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    4- “Existe verdade e existem mentiras. Mentiras contadas em troca de poder e de lucro”.

    “E cada um de nós tem um dever e uma responsabilidade como cidadãos e especialmente como líderes. Líderes que juraram honrar a Constituição e proteger nossa nação. Defender a verdade e derrotar a mentira”.

    Idem.

    5- Com tanta gente torcendo para que Biden começasse o governo incendiando aquele líder estrangeiro que foi o último a cumprimentá-lo, o novo presidente começou detonando um aliado muito mais próximo e alinhado com suas ideias: Justin Trudeau.

    O esperado, mas não menos dolorido, cancelamento de mais um oleoduto, o Keystone XL, é uma pancada na indústria petrolífera canadense e uma antecipação do que está por vir. E não é muito favorável aos combustíveis fósseis, ao contrário da exuberância energética incentivada por Donald Trump.

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    6- No momento mais Super Bowl, a famosa final do campeonato de futebol americano, Lady Gaga quase ficou entalada na monumental saia cor de rosa choque – popularizada pela italiana Elza Schiaparelli nos anos trinta do século passado.

    A roupa criada para virar meme é assinada pelo Daniel Roseberry, atual estilista da grife Schiaparelli. Línguas ferinas acharam que ela estava parecendo aqueles apresentadores futuristas de Jogos Vorazes.

    Gaga tornou-se a figura do mundo artístico mais associada a Biden e estava emocionada: até a voz perfeita de mezzo-soprano revelou uma leve hesitação no começo do dificílimo hino americano.

    Os papéis principais se inverteram. Em 2016, Joe Biden, como vice-presidente, foi “escada” e apresentou a cantora na premiação do Oscar. 

    Os dois se conheceram quando ela colaborou com o vice em sua campanha contra a violência sexual em ambientes universitários.

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    7- Jennifer Lopez foi mais tradicional e usou Chanel branco da cabeça aos pés, ocultando alguns de seus dotes.

    Na saída à francesa, Melania Trump também foi de Chanel. Uma versão chiquérrima em preto – mais luvas até os cotovelos – do modelo azul, da Ralph Lauren, que usou na posse do marido, há quatro anos.

    8- Sem poder se comparar, em matéria de porte e grifes, Jill Biden usou casaco e vestido de lã turquesa, bordados com vidrilhos,  um modelo cheio de informação da nada conhecida grife Markariam, da estilista Alexandra O’Neil. No meio do dia, trocou de sapatos.

    A nova primeira-dama virou uma espécie de medida para saber quem apoia Biden nos meios de comunicação.

    Os mais entusiasmados, que são a maioria, usam a forma de tratamento “doutora Biden”, por causa do doutorado que tem em Ciências da Educação. É assim que ela gosta de ser chamada.

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    9- Vários moradores do vilarejo indiano de Thulasendrapuram explicitaram o que Kamala Harris não pode dizer: dentro de quatro anos, ela vai ser presidente.

    O avô materno da nova vice era de lá e o retrato de Kamala pode ser visto em vários lugares da aldeia.

    Por parte de pai, Kamala tem origem jamaicana com raiz africana, matizada. E o marido é um advogado judeu. Um recorde em matéria de quesitos identitários, de impressionar até a pediatra judia Rachel Levine, nascida com nome e identidade masculina, nomeada secretária assistente da Saúde.

    10- O chorinho de criança ouvido em alguns momentos das cerimônias era de Beau, o filhinho de dez meses de Hunter Biden. Ele tem outra criança, uma filha de dois anos e meio reconhecida em processo na justiça movido pela mãe, uma ex-dançarina de strip tease.

    Fora os dois menores, Joe Biden tem mais quatro netas e um neto.

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