Homens ainda dominam crítica literária em língua inglesa
Representantes do sexo masculino ainda equivalem a dois terços dos autores das resenhas e dos escritores que têm seu trabalho avaliado em críticas
Os escritores homens ainda dominam o mundo da literatura e da crítica literária de língua inglesa, diz uma pesquisa divulgada nesta semana realizada pela Vida: Women in Literary Arts, organização sediada em Nova York que busca dar transparência sobre a falta de paridade de gênero no cenário literário. O estudo, que se baseia nos dados de 2016, revela que os homens ainda representam dois terços dos autores das resenhas e dos escritores que têm seu trabalho avaliado em críticas.
A revista bimensal London Review of Books tem o pior índice: apenas 18% dos críticos e 26% dos autores avaliados são mulheres. Os números da revista são mais ou menos os mesmos desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2010. Outros veículos conseguiram melhorar esse panorama – no The New York Times Book Review, do jornal americano, metade dos resenhistas e 44% dos autores avaliados são mulheres. Já a revista literária Granta publicou no ano passado, pela primeira vez desde 2010, mais mulheres do que homens, com 38 críticas assinadas por mulheres, frente a 37 por homens.
A pesquisa também coleta dados sobre etnia, sexualidade e deficiências. Como bem aponta o site do jornal britânico The Guardian, porém, essas informações são um pouco menos conclusivas, já que são os próprios autores de resenhas que se autoclassificam e respondem a essas perguntas, muitas vezes deixando-as em branco ou apenas parcialmente respondidas. Sobre sexualidade, por exemplo, três autores da Granta responderam que são heterossexuais, um pansexual, um afirmou que tem uma “sexualidade não listada”, um não respondeu e um escolheu a alternativa “múltiplas opções”.