Por que Bolsonaro voltou a atacar ministros do STF
Ou… Por que o presidente reacendeu seu extremismo no octógono político
“Essas pessoas trabalham para eleger um bandido no Brasil”.
Foi assim que o presidente Jair Bolsonaro voltou, nesta terça-feira, 6, ao seu papel de radical da extrema-direita contra o Supremo Tribunal Federal e seus magistrados, esquecendo a “pacificação” prometida no Jornal Nacional há exatos 13 dias.
A coluna já sabe o porquê de o político populista estar voltando à estratégia belicosa.
É simples, leitor.
A resposta é: porque os assessores da “campanha light” começam a perder espaço no QG eleitoral de Bolsonaro a cada nova pesquisa de intenção de voto.
Liderado pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, esse grupo “prometia” que o presidente empataria com Lula há algum tempo, a última delas em agosto, após os auxílios criados às vésperas do pleito e a diminuição do preço dos combustíveis.
A tese “do grupo light” era: diminuir o tom e esperar os resultados da baixa dos preços da gasolina, a alta do emprego, a queda da inflação e o pagamento do Auxílio Brasil.
Ocorre que, até agora, nadinha da silva.
Com isso, os radicais bolsonaristas – outro grupo importante da campanha do atual presidente – ganham espaço e mandam ele radicalizar, atacando não só Lula, mas também as instituições democráticas (que é o que presidente fez durante todo mandato).
A cada novo levantamento, o “grupo light” tem que atualizar a previsão porque o mandatário não consegue empatar com o petista, mesmo com a força da máquina pública na mão.
Por isso… o novo movimento, que começou no fim de semana: aumentaram a carga das fake news contra Lula; Bolsonaro xingou Alexandre de Moraes, e agora, como mostrou o Radar, atacando Edson Fachin e Luís Barroso.
Teve até justificativa pública no twitter nesta segunda sobre o que aconteceria hoje: “Sei que a forma que me expresso pode não agradar. Infelizmente é o meu jeito. Nasci e vou morrer assim. Mas a beleza da verdade está em si e não em sua aparência, por isso a verdade dura sempre será melhor do que a mentira afável. E, maior que nossas palavras, são nossas ações”.
Era a senha para o Bolsonaro de sempre voltar ao octógono político.