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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Pesquisas trazem bomba para Simone Tebet e Ciro Gomes

"Terceira via" falha nos levantamentos e nas atitudes

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 ago 2022, 14h52 - Publicado em 31 jul 2022, 13h33

O eleitor que tinha esperança de encontrar uma “terceira via” para fugir da polarização entre Lula e Bolsonaro deve estar completamente decepcionado. A pouco mais de 60 dias das eleições, essa chamada “terceira via” não consegue avançar, nem convencer. Além do desempenho ruim nas pesquisas, as atitudes de dois dos (principais) candidatos que sobraram não estão agradando muito.

O último Datafolha, divulgado nesta quinta, 28, mostra Ciro Gomes (PDT) estagnado com 8% das intenções de voto. Segundo a própria pesquisa, uma parte dos eleitores de Ciro está decidida a votar nele no primeiro turno, mas aqueles que ainda não têm absoluta certeza podem ter ficado decepcionados com, por exemplo, a sabatina do candidato à GloboNews na semana passada.

Numa atitude que não faz nenhum sentido politicamente, Ciro atacou muito mais o ex-presidente Lula do que o presidente Jair Bolsonaro. Os eleitores de Ciro são de centro-esquerda, ou seja, para ele seria muito mais fácil tentar atrair votos de quem simpatiza com Lula, mas que ainda não tem convicção total do voto no ex-presidente em 2022 (sim, esse eleitor existe!).

Perguntados se não votarem no Ciro em quem votariam, 36% dos eleitores apontam Lula, e 8% escolhem opções mais à esquerda. O resto se dispersa em várias opções. Para Bolsonaro vão apenas 17%.

Mas Ciro agiu de forma completamente contraditória e, aparentemente sem olhar esses números, que mostram a tendência do próprio eleitorado. Esse erro pode, segundo importantes cientistas políticos, fazê-lo perder parte dos seus 8% até outubro, se houver novamente um movimento que ocorre em eleições polarizadas, o conhecido voto útil.

Como explicou Antônio Lavareda à coluna, a lógica do voto útil pode esvaziar candidatos, especialmente daqueles eleitores que prefeririam eles, mas, em primeiro lugar, não querem o atual presidente – de jeito nenhum. É o caso de parte dos eleitores de Ciro Gomes.

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Outra opção da “terceira via”, a senadora Simone Tebet (MDB) atacou muito mais Bolsonaro do que Lula no discurso dado quando oficializou a sua candidatura.

Apesar de dizer-se do centro democrático, Tebet é uma candidata que tem potencial para atrair eleitores de centro-direita. Mas o seu eleitorado também não se identifica com Bolsonaro. Tanto o rejeita que dos que votam em Simone, 33% votariam em Lula, 27% em Ciro, 24% em branco ou nulo e o resto se dispersa, dando até 4% à candidata Vera Lúcia do PSTU.

Ou seja, como acontece com o Ciro, se bater muito em Lula ela pode perder parte do próprio eleitorado, que vê o ex-presidente como segunda opção.

A presidenciável foi obrigada a forçar uma candidatura dentro do seu partido, apesar de uma movimentação a favor de Lula de parte dos caciques do MDB.

Tebet aparece com apenas 2% das intenções de votos no levantamento do Datafolha e tem mantido esse índice baixo há algumas semanas. Ela dificilmente terá chances de vencer a disputa e, sem sombra de dúvida, rachou o partido ao impor sua candidatura à presidência. Isso atrapalha ela, por exemplo, na composição de palanques estaduais.

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Segundo o Datafolha, 25% dos eleitores ainda não sabem em quem votar. Esse índice foi obtido na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados. Conforme as eleições vão se aproximando, esse índice vai diminuindo e as chances já remotas da “terceira via” vão ficando cada vez menores.

O problema é que esses candidatos tem errado estrategicamente, como explicou o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia ao Globo. “A terceira via tornou-se uma peça de ficção mal colocada em que todos se prendem equivocadamente a esse discurso de ‘nem Lula nem Bolsonaro’. Há uma dificuldade de entendimento de como deveria ser construída uma alternativa”, disse.

No lado do eleitor de centro-esquerda, Maia perguntou: “como se converte este voto? Certamente não é ofendendo o Lula, como o Ciro Gomes tem feito”. Depois, continuou sobre a centro-direita: “Outro erro do nosso campo foi o de não entender ainda como atrair o eleitor que votou em Bolsonaro em 2018, se arrependeu e quer outra opção nessa eleição”.

Apesar de defenderem o caminho “nem Lula, nem Bolsonaro”, Ciro e Tebet não gostam de ser chamados de terceira via. Trata-se mesmo de uma ficção, como bem pontuou Rodrigo Maia. E, cada vez mais, com falhas na construção de uma alternativa.

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