Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Matheus Leitão

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

O desabafo da procuradora do Amazonas sobre Bruno e a reação de Luiz Fux

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2022, 12h31 - Publicado em 22 jun 2022, 12h55
  • Seguir materia Seguindo materia
  • “Um ÚNICO magistrado responde pela única vara ambiental especializada do Estado do Amazonas, maior do que a Colômbia. A vara não tem substituto. A Vara de Tabatinga não é especializada; os cartórios de registros de imóveis e notas do interior tem digitalização”.

    O desabafo acima é da procuradora Ana Carolina Haliuc Bragança, que trabalha na área de penal no Amazonas, no contexto de crime ambiental organizado, justamente o que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips investigavam quando foram assassinados brutalmente no Estado neste mês.

    Ela fez uma crítica, no Twitter, sobre a precária estrutura do judiciário no Amazonas – e com razão, diga-se de passagem.

    Segundo apurou a coluna, a situação das varas no interior do Estado é muito ruim. Pouquíssimos juízes, e uma falta enorme de estrutura técnica para controlar os processos de presos, por exemplo. Por lá, no Amazonas, fazem como há 50 anos atrás, escrevendo a tramitação dos casos em mural de parede para não se perder prazo.

    O estado é mesmo complexo pelo seu tamanho continental e pela já conhecida dificuldade de acesso, mas não justifica – nos tempos atuais  – a falta de estrutura e magistrados no Amazonas.

    O orçamento desses tribunais regionais, como se sabe, são definidos pelas assembleias dos Estados, que até hoje não definiram a Justiça como prioridade. Por que será? Isso, numa terra que, em algumas partes, é dominada por criminosos, como revelou o brutal crime contra Bruno Pereira e Dom Phillips.

    Continua após a publicidade

    Sabe-se também que a riminalidade alta está ligado a ausência do Estado, falta de vigilância e até de punição. Mas com apenas uma juíza especializada em meio ambiente para toda uma floresta amazônica, como lembrou a procuradora, a resposta do judiciário estadual fica a dever mesmo.

    E, ressalte-se, não é por incompetência da juíza em si, mas a clara falta de recursos oferecidos pelo tribunal.

    E isso é só o começo. 

    A desabafo de Ana Carolina Haliuc Bragança no twitter continuou:

    “Matéria socioambiental vai para as varas cíveis, que tampouco são especializadas no tema. A falta de digitalização dos cartórios permite que grilagem e fraudes em terras rolem soltos com difícil fiscalização. Olhar pra isso é olhar de verdade pra Agenda 2030. O resto é mídia”.

    Continua após a publicidade

    Nesta terça-feira, 21, a juíza da comarca de Atalaia, Jacinta Silva, tentou falar no Observatório de Direitos Humanos do Conselho Nacional de Justiça, espaço justamente para que o Judiciário posso dialogar com a sociedade civil e tentar colaborar com propostas e ações.

    Mas novamente roubou a cena a falta de estrutura do Estado. 

    A conexão e o sinal de internet não permitiu que ela fosse ouvida completamente e Jacinta teve que ir para a sala de um promotor, o que chamou a atenção do presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, também chefe do CNJ. 

    Diante da situação, o magistrado anunciou que irá oficiar ao Tribunal de Justiça do Amazonas para garantir melhor estrutura de trabalho para a juíza.

    É uma boa hora para dar atenção para algo concreto em relação a Justiça no Estado do Amazonas. O resto é “mídia” mesmo, como bem pontuou Ana Carolina Haliuc Bragança.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.