O governo Lula vê com preocupação a vitória expressiva de Javier Milei na Argentina, impondo a pior derrota ao peronismo nos últimos 40 anos.
O desassossego no petismo passa pelo contraponto que um presidente argentino ultradireitista pode fazer, usando Lula, conhecido mundialmente após três mandatos, como trampolim político.
A ordem no terceiro governo do petista, contudo, é a de se ter cautela. Não “responder de bate-pronto” eventuais provocações que Javier Milei – agora como chefe de estado – fizer contra o presidente Lula.
Durante a campanha, o líder da extrema-direita argentina chamou o esquerdista de bandido e comunista. Em outro momento, de “socialista com vocação totalitária”.
Lula demorou a responder, mas em sua live semanal da semana passada afirmou que a Argentina precisava de um presidente que gostasse da democracia e do Mercosul, respeitando as instituições.
É que o candidato ultraliberal disse – em mais de uma ocasião durante a campanha eleitoral – que a criação do Mercosul foi um fracasso retumbante, e contestou os outros poderes, assim como Jair Bolsonaro.
A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil e o plano de Lula é o de fortalecer o bloco do Mercosul. Para o presidente brasileiro, essa é a melhor forma de se fazer negociações comerciais no “mundo globalizado”.
PS – Milei e Bolsonaro conversaram amistosamente nesta segunda, 20, por telefone, segundo a imprensa argentina, seguindo a linha do que apontou a coluna neste domingo, 19.