Enquanto Lula tenta obter ganhos políticos internacionais ao fim do Carnaval, Jair Bolsonaro tem gastado seu tempo com os problemas jurídicos domésticos que “cassaram” seu passaporte e o impedem de conversar até com o líder do seu partido.
Como informou a colega colunista Marcela Rahal, de VEJA, o atual presidente chegou ao Egito reforçando o pedido para a repatriação de 20 brasileiros que estão na Faixa de Gaza, e que precisam de autorização para saírem por Rafah.
Já Bolsonaro, principal opositor do petista, passou o feriado da folia nacional mantendo reuniões com advogados para tentar recuperar o documento vermelho (ele tem direito ao passaporte diplomático), além de pedir autorização para restabelecer o contato com Valdemar Costa Neto, diante da proximidade das eleições municipais.
Os dois – Jair e Valdemar – estão proibidos de conversar por Alexandre de Moraes por serem parte do grupo dos principais investigados da Operação Tempus Veritatis, que apura a tentativa da abolição do estado democrático de direito no país pela extrema-direita.
Nem sempre foi assim!
Há 5 anos, no carnaval de 2019, Lula estava preso e via uma imensa campanha do “Lula Livre” tomar contas de blocos de carnaval, enquanto o presidente à época – o próprio Bolsonaro – perguntava o que era “Golden Shower”, fazendo críticas à suposta pornografia da festa.
Agora, nesta quarta de cinzas, a Polícia Federal afirma ter encontrado elementos que mostram que o líder da extrema-direita limpou economias e enviou recursos ao exterior para bancar despesas enquanto aguardava o golpe.
“Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência no exterior, possívelmente, aguardando o desfecho da tentativa de golpe de Estado que estava em andamento”, diz a PF, segundo o Radar.
O Carnaval de 2024, 60 meses depois daquele último em que Lula esteve preso, ficará marcado pelas fantasias relacionadas, agora, à prisão de Bolsonaro, à medida que se descobrem cada vez mais indícios de crimes cometidos pelo o ex-presidente.