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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Zanin vota contra a descriminalização da maconha e abre divergência no STF

Ministro indicado por Lula tornou-se o primeiro a votar contra a flexibilização do porte da droga; Rosa Weber vota a favor e placar está em 5 a 1

Por Da Redação Atualizado em 24 ago 2023, 20h04 - Publicado em 24 ago 2023, 17h47

O ministro Cristiano Zanin Martins, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou contra a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, em julgamento na Corte, e tornou-se o primeiro a se posicionar contra a flexibilização da Lei Antidrogas, de 2006.

Em seu voto, o ministro indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva argumentou que a lei é a única referência “relativamente objetiva” que a Justiça possui para distinguir usuários de drogas e traficantes. “A mera descriminalização apresenta problemas jurídicos e pode agravar a situação”, afirmou, acrescentando que a lógica da flexibilização é aumentar a compra de entorpecentes junto a grupos criminosos, colocando em risco a vida do usuário.

Por outro lado, Zanin sugeriu que a quantidade de 25 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas de Cannabis seja incluída na lei como limite para a caracterização do usuário.

Na sequência, o ministro André Mendonça pediu vistas do processo (mais tempo para analisar) e o julgamento foi suspenso — pelo regulamento, ele precisa devolver o caso em até 90 dias corridos. Até agora, votaram a favor os ministros Gilmar Mendes, relator do processo, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Rosa Weber — a presidente da Corte, que se aposenta dentro de pouco mais de um mês, decidiu antecipar seu voto.

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Ainda faltam os posicionamentos dos ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques — os dois últimos decidiram não adiantar seus votos e vão esperar Mendonça devolver o processo.

Mais cedo, Gilmar Mendes havia mudado o seu voto de relator para limitar a descriminalização apenas à maconha — antes, ele havia estendido o julgamento para todas as drogas, mas seu entendimento não havia sido seguido por Barroso, Fachin e Moraes.

Histórico

O julgamento não trata da legalização da Cannabis, mas da descriminalização do porte para consumo pessoal. A Corte debate uma mudança na Lei Antidrogas, sancionada em 2006 por Lula para estabelecer critérios de diferenciação entre o usuário e o traficante. A legislação atual não especifica esses parâmetros e deixa a decisão para cada autoridade. Assim, na prática, pessoas com pequena quantidade de droga são constantemente tratadas como pequenos traficantes pela Justiça.

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De caráter de repercussão geral, a ação foi apresentada pela Defensoria Pública de São Paulo contra a condenação de um homem flagrado com 3 gramas da droga em 2009. O caso começou a tramitar na Corte em 2011 e parou de andar em 2015, quando Teori Zavascki pediu vista. Após a sua morte, em 2017, o processo ficou com seu substituto, Alexandre de Moraes, que o devolveu ao plenário no fim de 2018. Desde então, nada aconteceu, até que a presidente Rosa Weber trouxe a discussão novamente à pauta.

Ainda há divergências com relação aos critérios que serão adotados para diferenciar consumo próprio de tráfico. Em seu voto, Gilmar agora propôs que pessoas flagradas com 25 a 60 gramas ou seis plantas sejam consideradas usuárias — o mesmo padrão sugerido por Moraes. Já Luís Roberto Barroso sugeriu 100 gramas, inspirado na legislação da Espanha.

 

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