O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de uma investigação contra a atuação da Transparência Internacional no Brasil. A suspeita é que a organização não-governamental (ONG) tenha participado como intermediária em acordos de leniência firmados entre a União e empresas condenadas no âmbito da Operação Lava Jato.
Por decisão de Toffoli, o inquérito terá participação da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU). O ministro ordenou que a ONG divulgue dados sobre a sua atuação no Brasil durante o período em que foram firmados acordos entre o Ministério Público Federal (MPF) e empresas investigadas para pagamento de multas. “Tal providência faz-se necessária especialmente para investigar eventual apropriação indevida de recursos públicos por parte da Transparência Internacional e seus respectivos responsáveis”, escreve Toffoli.
Na petição, o ministro do STF ressalta indícios de que a Transparência Internacional tenha recebido parte do valor das multas bilionárias impostas à J&F Investimentos – holding de Joesley e Wesley Batista controladora de marcas como JBS e Eldorado Celulose – em 2017. Na época, a ONG participou das negociações entre a empresa e o MPF sob justificativa de aconselhar o poder público sobre a destinação dos valores e o combate à corrupção, mas há suspeita de que a entidade tenha sido usada como “laranja” para administrar parte do montante pago pela companhia.
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