Depois do bate-boca entre o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) e o juiz federal Marcelo Bretas em um interrogatório, há duas semanas, a nova oitiva do peemedebista, ontem, transcorreu na mais absoluta tranquilidade. Cabral se desculpou com o magistrado por ter “se exaltado” no depoimento anterior e Bretas respondeu que eles estão “de bem”.
O ambiente estava propício até para risadas. A procuradora Marisa Ferrari quis saber de Cabral se ele usava o apelido de “Cabra Macho” no aplicativo de mensagens Wickr, que apaga mensagens enviadas e recebidas depois de certo tempo. O codinome foi encontrado entre as anotações do celular do empresário Miguel Iskin, acusado de pagar propina ao grupo político do ex-governador.
“É se achar muito forte né, Cabra Macho… não me lembro”, respondeu Sérgio Cabral, já descontraído. O procurador Eduardo El Hage insistiu: “mas esse é um apelido forte, esse nome Cabra Macho, o senhor já chegou a utilizar em 2014, por aí?”. Diante do interesse de El Hage em saber se ele era o tal “Cabra Macho”, Cabral não se conteve. “Nome forte? (risos) Não, 2014 não…”. Em seguida, perguntou a El Hage qual era o apelido dele no aplicativo. “Não tenho”, replicou o procurador. Todos na sala de audiências riram.