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Vídeo: o bate-boca entre Sérgio Cabral e o juiz Marcelo Bretas

Ex-governador cita informações sobre família do magistrado, que atende a pedido do Ministério Público e determina transferência de Cabral a presídio federal

Por Da redação
Atualizado em 23 out 2017, 22h17 - Publicado em 23 out 2017, 22h17

Preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) será transferido a um presídio federal, por decisão do juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio. Bretas decidiu mandar Cabral a um presídio do sistema penitenciário federal, cujas unidades são mais rígidas que as estaduais, depois de um bate-boca com o peemedebista em uma audiência nesta segunda-feira.

Interrogado no processo em que é réu sob a suspeita de ter lavado dinheiro de corrupção por meio da compra de joias em joalherias de grife, Sérgio Cabral tentava argumentar com o magistrado, que já o condenou em duas ações penais, por que “não se lava dinheiro comprando joias”.

Ao dirigir-se ao juiz federal, no entanto, Cabral citou informações pessoais de Bretas. “Vossa excelência tem relativo conhecimento sobre o assunto porque sua família mexe com bijuterias, se não me engano é a maior empresa de bijuterias do Estado”, afirmou o ex-governador. “São as informações que me chegaram”, completou.

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O juiz, em seguida, repreendeu o peemedebista. “Não quero que o senhor conte o histórico da minha família, nem estou interessado em saber o que o senhor conseguiu descobrir a meu respeito”, respondeu Marcelo Bretas, decidido a mudar a condução do interrogatório e a fazer perguntas ao réu.

Cerca de dez minutos depois, contudo, os dois voltaram a discutir. Cabral se disse injustiçado e acusou o magistrado de tentar “projeção pessoal” às suas custas. “Eu estou sendo injustiçado, é o meu direito de dizer que eu estou sendo injustiçado. O senhor está encontrado em mim uma possibilidade de gerar uma projeção pessoal, projeção pessoal, e me fazendo um calvário, me fazendo um calvário, claramente”, acusou o ex-governador.

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Bretas rebateu, afirmando que Sérgio Cabral tentava criar um “discurso de injustiçado” e que esperava que o advogado dele não estivesse orientando este ponto da defesa. Em seguida, o defensor de Cabral, Rodrigo Roca, pediu a suspensão da oitiva. O juiz concordou, mas antes ressaltou não ter recebido bem o comentário do peemedebista sobre os negócios de sua família. Para o magistrado, a observação pode ser interpretada “subliminarmente” como uma ameaça.

“Vamos fazer isso sim, mas antes eu só quero fazer uma pequena observação. Eu não recebi com bons olhos o interesse manifestado do acusado de informar que a minha família trabalha com bijuteria, por exemplo. Isso é o tipo da coisa que pode, subliminarmente, ser entendida como algum tipo de ameaça”, disse Marcelo Bretas. Cabral ironizou a interpretação do juiz, afirmando estar preso, e ouviu como resposta que seu comportamento refletia as decisões contrárias ao ex-governador na Lava Jato.

“Acredito que isso não venha de uma orientação técnica, seja uma pessoa que está, por questões óbvias, chateado aborrecido pelas decisões que lhe são contrárias, mas é preciso ter profissionalismo”, constatou o juiz.

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Diante da declaração de Sérgio Cabral a respeito da família de Marcelo Bretas, o procurador da República Sérgio Pinel, que acompanhava o interrogatório, pediu a transferência de Cabral a um presídio federal, sob alegação de que ele teve acesso a dados privilegiados. Bretas concordou.

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