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Por José Benedito da Silva
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Pastel, bolero, pudim: as senhas do suposto caixa 2 da Odebrecht a Alckmin

Ex-governador foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo pois teria recebido repasses de R$ 11,3 milhões nas campanhas de 2010 e 2014

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 jul 2020, 13h56 - Publicado em 23 jul 2020, 13h44

A denúncia do Ministério Público de São Paulo contra o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), apresentada nesta quinta-feira, 23, mostra como 11,3 milhões de reais da Odebrecht teriam sido encaminhados às campanhas do tucano em 2010 e 2014, quando ele foi eleito e reeleito para o Palácio dos Bandeirantes. Alckmin é acusado pela promotoria dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral, o caixa dois.

Com base em delações premiadas e planilhas, os investigadores do braço eleitoral da Operação Lava Jato apontam que os repasses de dinheiro seguiam as regras do departamento de Operações Estruturadas da empreiteira, nome formal do setor responsável por operacionalizar pagamentos de propina e caixa dois a políticos. Atribuídos nas tabelas a codinomes, os valores eram entregues pela equipe do doleiro Alvaro Novis mediante a apresentação de uma senha pelo recebedor. No caso de Alckmin, seu apelido era “Belém” e os de seu ex-secretário de Planejamento e tesoureiro de campanha, Marcos Monteiro, eram “Salsicha”, “MM Partido” e “M&M”.

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Segundo a denúncia, em 2010, os supostos pagamentos de 2 milhões de reais em caixa dois à campanha do tucano foram feitos por Novis ao cunhado de Alckmin, Adhemar César Ribeiro, a partir das senhas “acara”, “escravo”, “cabana”, “teatro peixe”, “presépio”, “borracha”, “fafa”, “colônia” e “pastel”, entre outras.

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Em 2014, sustentam os promotores, 9,3 milhões de reais foram destinados à campanha de reeleição de Geraldo Alckmin por meio das senhas “cedro”, “formiga”, “tesoura”, “marceneiro”, “pudim”, “bolero”, “árvore”, “sardinha”, “cimento”, “chocolate” e “martelo”. Dez das onze senhas foram apresentadas por Sebastião Eduardo Alves de Castro, ex-assessor de Marcos Monteiro, que recebeu em sua casa, no Brooklin, na Zona Sul de São Paulo, 8,3 milhões de reais entregues pela corretora do doleiro, a Hoya. Outra remessa, de 1 milhão de reais, segundo as investigações, foi feita a outra pessoa em um hotel na capital paulista. Nove dos onze pagamentos estavam relacionados nas planilhas da Odebrecht às obras da linha 6 do metrô paulista.

“Ha uma correlação lógica e objetivamente racional entre a solicitação, o recebimento e o pagamento da vantagem indevida para Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho em 2010 e 2014, tendo em vista os benefícios econômicos já auferidos e ainda por auferir, pelo Grupo Odebrecht, que participou de esquema de cartel no Estado de São Paulo, seja nas obras do Rodoanel, seja nas obras do sistema metro-ferroviário”, diz a denúncia.

Além do ex-governador, foram denunciados à Justiça Eleitoral Marcos Monteiro, Sebastião Eduardo Alves, o doleiro Álvaro Novis e seis executivos e funcionários da Odebrecht: Benedicto Barbosa Júnior, o BJ; Arnaldo Cumplido, Maria Lúcia Guimarães Tavares, Fernando Migliaccio e Luiz Eduardo da Rocha Soares. Adhemar César Ribeiro, o cunhado de Alckmin, não foi alvo da denúncia porque, como ele tem mais de 70 anos, os crimes prescreveram em relação a ele.

Reação

Por meio de uma nota, a defesa de Geraldo Alckmin diz que “lamenta a denúncia oferecida”, porque o ex-governador “jamais foi procurado pelas autoridades policiais para se manifestar a respeito dos fatos”. “As apressadas conclusões do inquérito são infundadas e não encontram suporte nos fatos. Por isso, confiante na Justiça, responderá aos termos da denúncia, seguro de que não praticou qualquer ilícito, até porque nunca recebeu valores a título de contribuição de campanha eleitoral que não tenham sido devidamente declarados. Nem, tampouco, praticou qualquer ato de corrupção durante mais de 40 anos de vida pública”, diz o documento.

O presidente do diretório paulista do PSDB, Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional de São Paulo, divulgou nota na qual afirma que o partido “reitera sua confiança na idoneidade do ex-governador Geraldo Alckmin. Em seus mais de 40 anos de vida pública, Alckmin manteve uma postura de retidão e respeito à lei sem jamais abrir mão dos princípios éticos e de seu compromisso em servir ao setor público e ao cidadão. Acreditamos na Justiça e temos convicção de que, ao final do processo, os fatos serão devidamente esclarecidos”.

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