Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maquiavel Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

O gesto antipetista de Marta Suplicy que mais causou mágoas ao PT

Prestes a selar enlace com Guilherme Boulos para prefeitura de São Paulo, ex-parlamentar tem histórico de controvérsias com o partido

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jan 2024, 23h04 - Publicado em 15 jan 2024, 15h07

A um passo de se tornar pré-candidata à prefeitura de São Paulo na chapa de Guilherme Boulos (PSOL), Marta Suplicy não é consenso entre todas as alas do Partido dos Trabalhadores. Os movimentos que têm garantido o resgate do prestígio da ex-prefeita — de volta à legenda em uma aliança patrocinada por ninguém menos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva — reavivaram uma mágoa profunda entre petistas que remonta a um passado não tão distante.

O apoio de Marta ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), iniciado em 2015, é tido como a mais “imperdoável” das traições pelo setor mais ideológico da legenda — que, seguindo a cartilha defendida inclusive por Lula até os dias atuais, insiste em classificar o episódio como “golpe”. À época, a então senadora endossou a legalidade do procedimento, e disse estar convencida de que havia “indícios mais do que suficientes dos crimes de responsabilidade” cometidos por Dilma.

A ausência de sinais que demonstrem “arrependimento” de Marta, nem ao menos no discurso, também irritam essa parcela petista. Em entrevista à Folha de S.Paulo em janeiro de 2023, Marta voltou a defender o posicionamento. “Votei pelo impeachment e achei que era coerente com o que eu achava que era o certo naquele momento”, afirmou. “Não achei que foi golpe, de jeito nenhum. Passou por todos os canais legais, foi absolutamente dentro da Constituição”, concluiu.

A insatisfação soma-se à maneira pela qual Marta deixou o PT, pouco antes do impeachment: disparando acusações de que havia corrupção sistemática no partido — outro erro tido como imperdoável pelos petistas mais arraigados, que classificam a Lava-Jato como uma grande chicana jurídica. Em abril daquele ano, no auge da Operação Lava-Jato, ela desfiliou-se da legenda, na qual ficara por 33 anos, por meio de uma carta em que responsabilizava a sigla por um dos “maiores escândalos da nação brasileira”, o chamado petrolão. No documento, também afirmava que os princípios do partido nunca haviam sido “tão renegados pela própria agremiação”.

Continua após a publicidade

Mágoa antiga

Apesar de o estopim ter se dado em meados de 2015, o estremecimento das relações de Marta com o PT teve início quando da primeira campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República. Embora nunca tenha admitido publicamente, aliados afirmam que a então petista sonhava com a indicação para a vaga ao Planalto, mas foi preterida por Lula pela então ministra da Casa Civil. Um dos motivos apontados para a escolha, à época, foi a derrota de Marta por Gilberto Kassab (PSD) na disputa à prefeitura de São Paulo em 2008 — uma vitória na maior cidade do país cacifaria quase que “automaticamente” o nome da ex-parlamentar para a corrida presidencial, mas a derrota a enfraqueceu politicamente.

Sacramentada a escolha de Dilma, Marta seguiu para a disputa ao Senado, na qual arrematou uma das duas cadeiras reservadas ao estado de São Paulo — a outra ficou com Aloysio Nunes (PSDB). Como senadora, em 2011, disse querer ser o “braço direito” de Dilma na condução, por exemplo, da reforma tributária, e tornou-se primeira vice-presidente do Senado.

No mesmo ano, Marta demonstrou querer candidatar-se novamente à prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012. Lula, no entanto, defendia o então ministro da Educação, Fernando Haddad — sem apoio, Marta desistiu de disputar as prévias do partido e retirou sua pré-candidatura. Como “retribuição” pelo ato de abdicação, Marta foi nomeada por Dilma, em 2012, para o Ministério da Cultura.

Continua após a publicidade

A “recompensa”, no entanto, não foi suficiente para evitar outra dissidência de Marta da cúpula do partido. Antes das eleições de 2014, que culminariam na reeleição de Dilma, a então ministra encampou o “Volta, Lula”, movimento que pedia por uma candidatura do ex-presidente em vez da então mandatária. A empreitada não foi adiante e, como resultado, escancarou o atrito entre ambas.

Em novembro de 2014, após a confirmação da vitória de Dilma, Marta pediu demissão do Ministério da Cultura com uma carta na qual criticava a equipe econômica do governo.

Para a ala mais pragmática do PT, tudo isso são águas passadas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.