Levantamento aponta que 115 cidades suspenderam 2ª dose da CoronaVac
Paralisação ocorreu por falta de imunizantes, após o Ministério da Saúde recomendar aos municípios o uso das injeções de reforço
Levantamento da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), obtido por VEJA, aponta que ao menos 115 cidades em dezoito estados suspenderam a aplicação da segunda dose da CoronaVac por falta de imunizante nesta semana. Oito capitais paralisaram a campanha: Aracaju, Campo Grande, Florianópolis, Macapá, Maceió, Natal, Porto Alegre e Porto Velho.
Ainda de acordo com o levantamento, o estado em pior situação é o Espírito Santo, onde 37 cidades pararam a aplicação da segunda dose. Em seguida, aparecem Paraná e Rio Grande do Sul (treze municípios, cada), Rio de Janeiro (doze), Alagoas (dez) e Santa Catarina (dez).
“Houve uma autorização (do Ministério da Saúde) de que poderia usar a segunda dose como primeira, o que era uma estratégia correta. Mas, do dia 19 de abril para cá, passou a faltar a segunda dose. Esperamos que a situação seja regularizada. O que o Ministério da Saúde fala é que foi um atraso do Butantan”, afirmou o presidente da FNP, Edvaldo Nogueira (PDT), que é prefeito de Aracaju.
A segunda dose da CoronaVac é, geralmente, aplicada 28 dias depois da primeira. Especialistas dizem que receber a segunda dose com alguns dias de atraso não reduz a eficácia do imunizante. O que ocorre é que atrasa o momento em que ele fornecerá a proteção esperada.
O Ministério da Saúde divulgou nota em que orienta que a população deve tomar a segunda dose da vacina mesmo que a aplicação ocorra fora do prazo recomendado pelo laboratório. “O Ministério da Saúde presta apoio aos estados para garantir a compensação e o fechamento do esquema vacinal dos grupos prioritários iniciados, com a previsão de recebimento de novas remessas de vacinas na primeira quinzena de maio”, escreveu em nota.
Nesta quinta-feira, 29, oito prefeitos se reuniram com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para pedir suporte nas relações comerciais com os laboratórios Sinovac e Sinopharm e pleitear celeridade na importação de um lote de, pelo menos, seis milhões de doses, neste semestre para vacinar profissionais de educação básica.